26 de dezembro de 2006

Um secretariado engajado em 2010

Continuismo ou continuidade? Essa é a indagação que se faz em relação ao novo secretariado do governador de Minas, AécioNeves. Nem continuismo nem continuidade. É um secretariado que está sendo constituido para dar respaldo político à eleição do governador Aécio Neves à presidência da República. Portanto, um secretariado comprometido com 2010. O governador, naturalmente, vai dizer que não. Mas é uma equipe de auxiliares que tem a cara do governo em termos de estratégia política para se chegar à presidência da República. A caminhada será muito longa e o governador terá que remover muitos obstáculos de ordem partidária. O maior deles está no seu próprio partido, o PSDB, já que o governador de São Paulo, José Serra, postula também a chefia do governo. A disputa racha a legenda, como rachou nesta última sucessão presidencial.
Em Minas, o governador Aécio Neves, partidariamente, está forte. Tem o apoio e o controle dos principais partidos, mas o mesmo não se poderá dizer no plano nacional. Partidos como PMDB, PSDB, PFL, entre outros, estão cheio de caciques. Aécio não pode ~é repetir Itamar Franco, que tinha voto para se eleger senador, mas não teve a legenda para entrar na disputa. O problema do governo é este: ter uma legenda que lhe garanta disputar a presidência da República.

PRIMEIRO MINISTRO
O vice-governador Antônio Anastasia não participa do secretariado, Mas ele será o coordenador da ações do governo. Em outras palavras, será o primeiro ministro, aquele que manda na administração e nada é decidido sem a sua aprovação. Já a parte política ficará por conta do governador. Deve visitar as principais lideranças políticas de outros Estados.
O PMDB ficou de fora e a tendência é o partido criar algumas dificuldades para o governador na Assembléia Legislativa.fortalecendo assim a oposição.Mas é bom esclarecer que o presidente do partido, deputado Fernando Diniz, vai se encontrar no próximo dia 3 com o governo. Ele defende um entendimento com o Palácio da Liberdade. A nomeação do deputado Custódio Mattos para o secretariado coloca na Cämara dos Deputados o suplente Jairo Athayde, do PFL,ex-prefeito de Montes Claros. Quem não gostou foi o deputado petebista Arlen Santiago, que é um ferrenho adversário do ex-prefeito. O fato é que não houve muita supresa na formação do novo secretariado, a não ser o fato de que todos vão trabalhar para que Aécio chegue ao Palácio do Planalto em 2010.

24 de dezembro de 2006

Unidade do PMDB mineiro nas mãos de Aécio

Por incrível que pareça, a unidade do PMDB mineiro está nas mãos do governador Aécio Neves. Mas para isso, o governdor terá que tomar a iniciativa de promover um acordo institucional com o partido, o que implicaria na participação de peemedebistas na administração estadual. No momento, o PMDB está rachado. A bancada estadual, de um modo geral, ainda resiste a um acordo com o Palácio da Liberdade, principalmente por parte do líder Adalclever Lopes e do deputado Antônio Júlio, que é o secretario-geral do partido. Já o presidente Fernando Diniz é defensor de um entendimento com o governador. Os dois vão se encontrar a qualquer momento para uma melhor avaliação sobre o quadro político mineiro, envolvendo o partido e o governo do Estado.
O secretário-geral do PMDB, deputado Antônio Júlio, entende que nehum peemedebista está autorizado a ocupar cargo no governo do Estado se não houver um acordo institucional da legenda com o governador. Com isso, ele quis dizer que uma escolha pessoal do governador não terá o respaldo do partido. Fora do governo, o que é pouco provável, o PMDB não teria outra alternativa senão ir para a oposição ao governador Aécio Neves na Assembléia Legislativa.

23 de dezembro de 2006

Destravar o governo

O presidente Lula está prometendo destravar o crescimeto econômico. Mas é preciso primeiro destravar o próprio governo. Substituir o discurso pela ação. O próprio presidente já sentiu que a meta de um crescimento econômico de 5% não será mais possível em 2007. O pacote que prometeu anunciar para a retomada do crescimento ainda não saiu.Ficou para janeiro, provavelmente depois que empossar o ministério da coalizão, se esta coalizão não se transformar numa colisão por causa da disputa pelo poder e cargos. Na visão do empresário nacional, algumas medidas importantes como a redução da carga tributária e da taxa de juros são necessárias para que o País siga o caminho do crescimento. Mas é pouco provável que isso aconteça, porque o governo não admite nem mesmo descentralizar a receita em benefício dos Estados e munípios brasileiros. Os governadores eleitos estão prometendo lutar por uma reforma tributária mais justa. Mas vai depender muito do Congresso Nacional, que, por sinal, está muito desgastado perante a opinião pública. Além disso, o governo' tem hoje uma maioria para impedir qualquer avanço dos Estados quando o assunto é receita tributária. Está tudo centralizado nas mãos do governo federal.Nas questões fundamentais para o País, o Congresso Nacional só decide sob pressão. Mas não deveria ser assim. O melhor exemplo foi o recente aumento salarial dos parlamentares. Ele só não foi concretizado por causa da pressão da opinião pública. É preciso, portanto, destravar também o Congresso Nacional e porque não dizer também o Poder Judiciário. Só assim haverá crescimento econômico.