30 de julho de 2007

Está faltando o candidato natural.

Por incrível que pareça não existe o chamado candidato natural à sucessão do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel. Existem apenas postulantes, sendo que a maioria deles sem densidade eleitoral, ou melhor, sem qualquer identidade com o eleitorado. Alguns são até aventureiros. Entram na disputa para negociar. Isso ocorre, principalmente nas pequenas legendas. O próprio prefeito Pimentel não se interessou em formar uma nova liderança no seu partido, o PT, para não lhe criar problemas no seu projeto político de chegar ao governo de Minas em 2010. Não quer sombra ao seu lado. A sua briga maior, nos bastidores, é com o ministro Patrus Ananias, que também postula o governo de Minas em 2010.
E qual seria o candidato dos tucanos à prefeitura de Belo Horizonte? Não existe também o chamado candidato natural. O governador Aécio Neves, a exemplo do prefeito Fernando Pimentel, não estimulou a criação de uma nova liderança em BH para disputar à sucessão do atual prefeito. Por aí se vê que há uma carência de candidatos qualificados à prefeitura de BH, o que não é bom para a cidade.

27 de julho de 2007

Jobim é um nome para sucessão em 2010?

Dependendo do seu desempenho no ministério da Defesa, o ministro Nelson Jobim pode ser o nome para a sucessão presidencial em 2010. Se acabar com o caos nos aeroportos brasileiros, ele, Jobim, fica muito fortalecido para entrar na disputa presidencial com o apoio do presidente Lula e sem qualquer contestação por parte dos tucanos, já que participou do governo de Fernando Henrique Cardoso como seu ministro da Justiça. Além disso, é filiado ao principal partido da base do governo, o PMDB, que, obviamente, o apoiaria.
No ministério da Defesa, Nelson Jobim pode até errar por ousaria. Mas, por omissão, não. Ele é um político determinado. Polêmico também. Mostrou isso como presidente do Supremo Tribunal Federal ao conceder algumas liminares que foram criticadas por juristas e políticos. Ao se aposentar compulsoriamente como ministro do STF, Nelson Jobim chegou a ser falado para presidir o PMDB apoiado pelo grupo de peemedebistas ligado ao governo do presidente Lula. Agora, como ministro, surge também como uma força importante no processo sucessório presidencial de 2010. Se solucionar a crise do transporte aéreo, ele surge como forte candidato à sucessão do presidente Lula. Vai depender apenas do seu desempenho como ministro da Defesa.

26 de julho de 2007

A quebra da hierarquia

A quebra da hierarquia é uma das causas da crise no sistema de transporte aéreo brasileiro. A negociação direta do presidente Lula com os controladores aéreo para evitar uma greve geral da classe depois do acidente com um avião da Gol, em setembro do ano passado, feriu a hierarquia militar. Houve, sem dúvida alguma, uma quebra de confiança, apesar de o presidente ter voltado atrás de sua decisão. Mas o estrago no relacionamento entre o comando da Aeronáutica e os controladores já estava feito. A partir dai ninguém se entendeu mais. O que se viu foi o caos nos aeroportos. Com a tragédia do avião da Tam, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, a situação ficou insustentável, o que obrigou o governo a substituir o ministro da Defesa Waldir Pires pelo ex-ministro Nelson Jobim, a quem caberá o restabelecimento da hierarquia através de um comando único. O novo ministro já declarou que o que estava faltando era comando. Mas um comando disciplinador, que respeite a hierarquia.

23 de julho de 2007

A morte do Diário da Tarde

A redação do Diário da Tarde se transformou num velório com a notícia de que o jornal será incorporado ao Aqui, o que significa a sua morte após 77 anos de existência. Através de um documento sem assinatura distribuido aos funcionários dos Associados Minas, a diretoria diz tratar-se de uma reestruturação. Mas essa não é a visão dos que foram para a rua . A maioria atribui a má administração.
A consequência mais grave e imediata da decisão tomada pela cúpula dos Associados foi a demissão coletiva praticamente de toda a redação do Diário da Tarde. Alguns dos demitidos ajudaram a construir o Diário da Tarde ao longo dos seus 77 anos de vida. Por isso mesmo se emocionaram e choraram. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, através de nota oficial, diz que a redação do Diário da Tarde está de luto. É o fim de um jornal que fez historia. Apenas vão sobreviver os seus coveiros.

A crise no sistema aéreo

Antes, a crise política estava restrita à área do Congresso Nacional envolvendo o senador Renan Calheiros. Mas agora, com a tragédia ocorrida com o avião da TAM, em São Paulo, a crise ja respinga no Planalto. É uma crise provocada, em grande parte, pela inoperância do governo em solucionar os graves problemas do sistema aéreo brasileiro. Por ocasião do desastre com o avião da Gol, em setembro do ano passado, o presidente Lula fixou até prazo para solucionar os problemas dos aeroportos brasileiros. Ficou apenas na promessa. Agora, o governo promete reduzir o número de vôos no aeroporto de Congonhas , a construção de um novo aeroporto em São Paulo e outras coisas mais. Espera-se que as medidas anunciadas agora pelo presidente Lula não fiquem, mais uma vez, em promessas. Depois da tragédia de Congonhas, surgiu um outro problema, que foi a pane elétrica que atingiu os radares do Cindacta-4, que controla o tráfego aéreo da Amazônia. A Aeronáutica investiga a suspeita de sabotagem. Até quando vai perdurar esse estado de coisas? Ninguém sabe.

18 de julho de 2007

Mais munição para a CPI do Apagão Aéreo

Com o recesso parlamentar, esperava-se uma acomodação em relação à crise política instalada em Brasília envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiro, CPIs, vaias ao presidente Lula e outras coisas mais. Mas a tragédia com um avião da Tam, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, muda o cenário político nacional. A CPI do Apagão Aéreo ganha mais munição com o novo e grave desastre aéreo. Conforme disse o jornal O Globo, em sua principal manchete de hoje: "Nova tragédia põe em xeque a segurança aérea no Brasil". E a crise no sistema aéreo brasileiro começou em setembro do ano passado, quando 154 pessoas morreram no choque de um Boeing da Gol com um jato Legacy, no Mato Grossso. A partir dai a crise foi se agravando envolvendo os controladores de vôos e autoridades. Com a nova tragédia aérea, espera-se que as autoridades abandonem o discurso e passem a agir com mais responsabilidade em defesa do transporte aéreo brasileiro. Esse deve ser também o papel da CPI do Apagão Áéreo. Nada de exploração política, porque o que está em xeque é a segurança aérea brasileira.

16 de julho de 2007

Faltou o Bolsa-Família no Maracanã

As últimas pesquisas têm mostrado que a popularidade do presidente Lula é mantida, em grande parte, pelas pessoas que são beneficiadas pelo Bolsa-Família. E o maior apoio vem do Nordeste, onde o presidente tem um alto índice de aprovação. E como explicar então as vaias recebidas pelo presidente Lula na abertura do PAN, n o Maracanã? Ele foi vaiado cinco vezes e para evitar um constrangimento maior, o cerimonial alterou a programação. O presidente não fez a abertura oficial do evento, conforme estava previsto. A abertura foi feita pelo presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman. É possível que as 90 mil pessoas que lotaram o Macaranã, em sua grande maioria, não recebem o Bolsa-Família. A maioria, provavelmente, era da classe média, que está sendo muito sacrificada pelo atual governo. Consequentemente, é contra o governo Lula. Não era, portanto, uma platéia para aplaudir o presidente. Em outras palavras: faltou o Bolsa-Família no Maracanã. Mas as vaias fazem parte do jogo democrático e, em alguns momentos, elas são importantes. Pelo menos, servem de alerta para uma melhor reflexão por parte do governo sobre os seus próprio atos. No seu programa de rádio, o presidente Lula disse que ficou triste com as vaias.

Renan no isolamento

A tendência do senador Renan Calheiros é cair no isolamento se ele não se afastar da presidência do Senado para se defender no Conselho de Ética num processo em que ele é acusado por quebra de decoro parlamentar. Está muito enrolado por causa do seu relacionamento com um lobista de uma empreiteira que pagava a pensão a jornalista Mônica Veloso com quem tem uma filha. Cada dia que passa, a situação do senador alagoado fica mais complicada. E mais complicada ainda foi a indicação de três relatores para o seu caso. Enfraquecido moralmente, Renan teve que recuar na sua decisão de presidir a reunião do Congresso Nacional que aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentãria. O seu processo, no Conselho de Ética, deve demorar a ser julgado, porque a estratégia do grupo de senadores que o apoia é ganhar tempo, ou melhor, obstrui-lo para depois então arquivá-lo. Seria mais um caso de impunidade.

11 de julho de 2007

Cortar salários

Qualquer um dos três Poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - que estiver com um gasto acima do que determina a Lei de Reponsabilidade Fiscal vai ter que reduzir salário de seus servidores. Foi o que decidiu o Supremo Tribunal Federal ao apreciar um processo da Câmara Distrital e do Tribunal de Contas de Brasília. No caso de Minas Gerais, consta que os três Poderes estão dentro dos limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Reforma política

A reforma política continua apenas no discurso. Antes mesmo de o projeto ser incluido na pauta para votação na Câmara dos Deputados, anunciamos neste blog que a proposta não seria aprovada por falta de consenso. E não é de hoje que ela vem sendo discutida. No seu primeiro mandato, o então presidente Fernando Henrique Cardoso a priorizou. Mas ficou apenas no discurso. Repetiu a dose no seu segundo mandato. O presidente Lula também a priorizou, mas não tomou nenhuma medida para viabiliza-la. Resultado: nada de reforma política.

10 de julho de 2007

Frear o Ministério Público

O veto do governador Aécio Neves à emenda que tirava dos promotores e procuradores de Justiça a iniciativa de promover qualquer medida judicial contra parlamentares, secretários de Estado, conselheiros do Tribunal de Contas, entre outras autoridades, continua repercutindo na Assembléia Legislativa de Minas. Mas o que está em discussão agora é um requerimento do procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares, pedindo a retirada de um projeto, de sua iniciativa, que concede uma gratificação de 15% aos promotores que acumulem suas funções com outras atividades do MP. A alegação é de que o projeto ficou descaracterizado com a apresentação de emendas, sendo que uma delas repete o texto da que foi vetada pelo governador e que tira dos promotores e dos procuradores a iniciativa para promover qualquer tipo de ação contra parlamentares, conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, entre outras autoridades. A disposição dos parlamentares é no sentido de manter o projeto, juntamnte com as emendas, agravando assim a crise entre o Legislativo e o Ministério Público. Mas essa crise vem de longa data. Começou com a intervenção do MP na Assembléia no caso da redução de salários dos deputadosl. Os excessos por parte de alguns promotores também contribuiram para o agravamento da crise. Por ai se vê que a briga entre a AL e o MP vai continuar. Existe uma outra proposta de emenda constitucional que obriga o Ministério Público a prestar contas ao Legislativo. O objetivo não é outro senão vasculhar os gastos da instituição, ou melhor, frear as ações do Ministério Público.

9 de julho de 2007

Reeleição de Serra favorece Aécio

O governador de São Paulo, José Serra, em entrevista ao jornal O Globo, admitiu que poderá disputar a reeleição em 2010. Mas o seu desejo é mesmo entrar na corrida presidencial. Se Serra tentar mais um mandato como governador, as portas ficariam escancaradas para o governador Aécio Neves concorrer à presidência da República e sem ter qualquer concorrente dentro do PSDB já que o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, será candidato a prefeito. Seria a única maneira de unir os tucanos. Serra tentanto a reeleição e Aécio disputando a presidência da República. Mas em se tratando de poder, ninguém abre mão de nada. Serra continua como candidato à sucessão presidencial, o mesmo ocorre com o governador Aécio Neves.

Lula não quer ter a sombra do PT

O presidente Luis Inácio Lula da Silva já declarou que o seu candidato à sua sucessão em 2010 pode não sair dos quadros do PT, mas, sim, dos partidos que fazem parte da coalizão do seu governo. Com isso, o presidente dá entender claramente que não deseja criar uma nova liderança dentro do seu partido, o PT, que lhe possa fazer sombra na outra sucessão presidencial, em 2014. Ele, Lula, seria o candidato.
E dentro da base do governo, qual seria o candidato de Lula em 2010? Não existe o chamado candidato natural. O que existe é o candidato fabricado, fruto de um arranjo partidário e que terá de ser trabalhado junto às bases. O País está carente realmete de lideranças capazes de empolgar o eleitorado. A única referência eleitoral, alimentada pelo bolsa-familia, é o presidente Lula. As pesquisas estão mostrando isso. Do lado da oposição não existe também o chamado candidato natural. O que existe é uma briga surda entre os governadores José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas, como postulantes à sucessão presidencial de 2010. Nenhum deles tem a certeza de que terá a legenda do PSDB para entrar na disputa. O racha, portanto, será inevitavel, o que facilita a vitoria do candidato que tiver o apoio do presidente Lula.

5 de julho de 2007

Aécio segue Tancredo de não abrir o jogo

O ministro Walfrido Mares Guia trabalha nos bastidores para disputar o governo de Minas em 2010. Ele tem confidenciado a amigos que o seu projeto político não passa pela prefeitura de Belo Horizonte. A sua possível candidatura à sucessão do governador Aécio Neves, por sua vez, atropela o projeto do prefeito Fernando Pimentel, que deseja também entrar na disputa, além dos ministros Patrus Ananias e Hélio Costa. Todos, sem exceção, são aliados do presidente Lula. Cada um, obviamete, vai querer obter o apoio do presidente. Alguém está insinuando que Lula prefere o Patrus Ananias, que tem o apoio também do ministro Luiz Dulce. Ninguém tem dúvida de que o candidato de Lula será aquele que reunir melhores condições para apoiá-lo na sucessão presidencial de 2014. É o chamado apoio pragmático. Mas ainda é muito cedo para uma analise mais profunda sobre a sucessão estadual e presidencial, embora os postulantes já estejam trabalhando desde já. E qual seria o candidato de Aécio Neves à sua sucessão? Ninguém sabe. Pode ser que seja o prefeito Fernando Pimentel ou o atual vice-governador Antônio Anastasia (reeleição). Só que Aécio, seguindo a escola do seu avô Tancredo Neves, não abre o jogo.

2 de julho de 2007

Pimentel ainda não abriu o jogo

Foto do gabinete da PBH
O prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, ainda não abriu o jogo sobre a sua sucessão. Sabe-se apenas que ele deseja primeiro tratar do candidato à sua sucessão para depois então trabalhar em cima do seu projeto de chegar ao governo do Estado em 2010. É uma costura complicada, tendo em vista o grande número de candidatos à prefeitura de BH. Sabendo que o ministro Hélio Costa é um forte concorrente ao governo do Estado, o prefeito Fernando Pimentel teria dito e um colunista de um jornal nacional publicou que ele, Hélio Costa, seria um bom candidato à sua sucessão. Só que o ministro Hélio Costa já está trabalhando para ser o candidato ao governo do Estado pelo PMDB. Consta também que Fernando Pimentel apoiaria como candidato à sua sucessão o ministro Walfrido Mares Guia com o apoio do governador Aécio Neves. A exemplo de Hélio Costa, Walfrido também postula o governo do Estado em 2010. É o que ele tem dito a seus amigos mais íntimos. Dentro dos quadros do PT, o deputado Roberto Carvalho seria o nome preferido do prefeito Fernando Pimentel. Mas ainda é muito cedo para uma melhor avaliação sobre o quadro eleitoral de BH, mesmo porque as principais lideranças do PT, como o ministro Patrus Ananias, ainda não entraram no jogo sucessório. E quem vai decidir em caso de um impasse é o presidente Lula.