29 de dezembro de 2010

Um secretariado eminentemente político

O novo secretariado do governador Antônio Anastasia, anunciado nesta quarta-feira, tem predominância política. Afinal, são sete deputados estaduais e quatro federais que ocuparão o primeiro escalão do governo.

É um fato inédico. Os governos anteriores, de um modo geral, recrutavam no máximo três deputados estaduais e dois federais.

Mas os compromissos de Anastasia eram maiores. Teriam que contemplar todos os partidos que apoiaram a sua reeleição.

Vamos aos estaduais que foram convocados:Elmiro Nascimento para a Agricultura; Defesa Social, Lafayete Andrada; Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas, Gil Pereira; Desenvolvimento Social, Wagner Borges; Esporte e da Juventude, Bráulio Braz; Trabalho, Carlos Pimenta; e Turismo, Agostinho Patrus.

Federais convocados: Ciência e Tecnolgia, Nárcio Rodrigues;Desenvolvimento Regional e Política Urbana, Bilac Pinto; Trasportes e Obras Públicas, Carlos Melles; e de Gestão Metropolitana, Alexandre Silveira.

Não causou nenhuma surpresa a manutenção do presidente da Cemig, Dilma Morais. Ele ocupa o cargo a quase 12 anos e tem como seu padrinho principal o senador eleito Itamar Franco. Com isso, a presidência da Cemig está se transformando num cargo vitalício. A renovação iria oxigenar a empresa.

Lula está preparado pela perda do poder?

Volto a repetir: o presidente Lula está preparado para absorver a perda do poder faltando três dias para deixar o governo?

Tenho minhas dúvidas. Afinal, são oito anos de governo. Não vai ser fácil, portando, voltar a vida normal, de um cidadão comum. Não terá mais a caneta para fazer nomeações e liberar recursos. Perde muitas mordomias.

As minhas dúvidas crescem na medida em que o presidente a todo momendo dá declarações surpreendentes sobre o seu futuro político.

Ao mesmo tempo em que admite voltar ao Planalto em 2014, ele diz em outra entrevista que vai apoiar a reeleição de Dilma Rousseff. Consequentemente, não será candidato.Dá para acreditar. Claro que não dá para acreditar.

O ministério da Dilma Rousseff, praticamente, foi indicado pelo presidente Lula, o que significa que ele continuará influindo decisamente nas ações do próximo governo. Resta saber até quando.

Dilma Rousseff é uma mulher de personalidade forte. Nos próximos meses ela, naturalmente, vai evitar qualquer conflito com Lula. Mas no decorrer do seu governo, no entanto, as coisas podem mudar. É só esperar.

22 de dezembro de 2010

Reeleição de Dilma ou a volta de Lula?

A presidente eleita Dilma Rousseff nem assumiu o governo e já se especula se ela vai tentar a reeleição ou se Lula volta em 2014.

Se a presidente eleita fizer um bom governo, ela está credenciada a tentar a reeleição em 2014. Mas se o seu desempenho não for satisfatório, Lula, com certeza, será candidato ao Planalto. Ninguém tem dúvida disso.

Resta saber como vai se comportar o presidente Lula depois que deixar o governo. Ele já declarou que deseja sucesso para a sua sucessora. Será? Sucesso significa reeleição da Dilma e futuro incerto para o atual presidente.

Para voltar ao poder em 2014, o presidente Lula terá que inviabilizar a reeleição da Dilma ou então confiar na sua lealdade não concorrendo a mais um mandato.

Mas não vai ser fácil para Dilma e para Lula quando está em jogo o poder.

21 de dezembro de 2010

Uma aliança que enfraqueceu o PMDB e o PT

A aliança entre o PMDB e o PT nas últimas eleições enfraqueceu os dois partidos em Minas. Na eleição majoritária, o PMDB não conseguiu eleger Hélio Costa e o PT foi derrotado na disputa pelo Senado com o candidato Fernando Pimentel.

Na formação do ministério da presidente eleita Dilma Rousseff, apenas um mineiro figura na equipe do novo governo, o ex-prefeito Fernando Pimentel. Ainda assim,a sua indicação não foi partidária. Ela entrou na quota pessoal da presidente eleita.

A expectativa é de que no segundo escalão alguém do grupo do ex-ministro Patrus Ananias seja aproveitado. O PMDB trabalha para que Hélio Costa seja indicado para o comando de Furnas. Mas tudo vai depender dos arranjos partidários tramados em Brasília.

19 de dezembro de 2010

Pimentel se fortalece cada vez mais

Fernando Pimentel, até agora, é o unico mineiro no ministério da presidente eleita Dilma Rousseff. Está realmente prestigiado. E não fica só nisso. Ele teria sugerido o nome do atual secretario de Planejamento da Prefeitura de Belo Horizonte, Helvécio Magalhães, para a secretaria executiva do Ministério da Saúde.

E é bom lembrar que Pimentel tentou manter Helvécio Magalhães como secretario Municipal da Saúde na administração do prefeito Márcio Lacerda. Só que Aécio Neves sugeriu o nome do atual secretario e o prefeito optou pela indicação do ex-governador.

Dizem que o rompimento de Aécio com Pimentou começou na formação do secretariado de Márcio Lacerda. Se for confirmada a indicação de Hélvecio Magalhães como secretario executivo do Ministério da Saúde, Pimentel fica ainda mais fortalecido politicamente.

14 de dezembro de 2010

Secretariado terá a cara de Aécio ou de Anastasia?

O novo secretariado terá a cara de Aécio ou de Anastasia? É claro que o ex-governador terá influência na formação da nova equipe de governo. Afinal, Aécio foi responsável pela eleição de Anastasia. Até por uma questão de lealdade, o atual governador ouvirá o seu anatecessor sobre o novo secretariado.

Mas nem por isso, o novo secretariado terá a cara de Aécio. Anastasia sabe onde está pisado e, consequentemente, formará uma equipe de auxiliares respaldada pelos partidos que o apoiram na sua eleição.

Só que o governador ainda não abriu o jogo sobre o seu novo secretariado, o que deverá ocorrer até o fim do mês. Até lá vão continuar as especulações.

O problema maior do governador será com a Cemig, porque há muita pressão para manter Djalma Moarais na presidência da empresa. Ele ocupa o cargo há quase 12 anos e tem um padrinho forte, que é o senador eleito Itamar Franco.

13 de dezembro de 2010

Pimentel no ministério desequilibra


Até o momento o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, é o único mineiro no ministério da presidente eleita Dilma Rousseff. É muito pouco para um Estado que deu a presidente eleita uma expressiva votação.



E como fica o grupo do PT liderado pelo ex-ministro Patrus Ananias? Até agora ninguém foi chamado. Pode ser que alguém seja convocado para o segundo escalão. Seria muito pouco. Não haveria o equílibrio de forças.

Pimentel, sozinho, no ministério, desequilibra o PT mineiro. Ele vai enfrentar também oposição do PMDB de Minas.
Por aí se vê que Pimentel terá muita dificuldades pela frente. Mas, por outro lado, se fortalece muito, politicamente, na condição de ser o único ministro mineiro.

12 de dezembro de 2010

Equiparação garante aumento de 62% para parlamentares

Para uma inflação de pouco mais de 5%, os parlamentares federais poderão ser um aumento salarial de 62% caso seja aprovado um projeto de lei, que equipara os salários dos três Poderes.

Pelo projeto, os subsídios dos parlamentares passam de R$ 16,5 mil para R$ 26,7 mil. A presidente eleita Dilma Rousseff teria o mesmo salario, o que corresponde a um aumento de 130% do que recebe hoje o presidente Lula.

Os ministros de Estado teriam um aumento de 134%. O problema todo é o chamado efeito cascata desse reajuste. O benefício atingiria também parlamentares estaduais e veredores e, por que não dizer também, prefeitos.

Os magistrados querem também aumento salarial e a Associação dos Juizes Federais do Brasil está prevendo até uma crise institucional caso o reajuste não seja atendido. Um absurdo.

Enquanto isso, o ministro Mantega fala em corte de despesas. Parece até brincadeira.

11 de dezembro de 2010

Secretariado de Anastasia é só especulação

O governador Antônio Anastasia ainda não abriu o jogo sobre o seu novo secretariado que deverá ser anunciado até o fim do mês. Portanto, é só especulação sobre alguns nomes que estão sendo anunciados. Mas é possível que alguns deles sejam confirmados, principalmente os da área técnica.

Na área política, é tida como certa a convocação de dois deputados federais e três estaduais. Mas o governador não confirma. Ele já conversou com as lideranças dos paratidos que apoiaram a sua eleição. Todos deverão participar do governo.

Mas ninguém tem dúvida de que o governador já tem na cabeça o seu secretariado. O seu problema maior é com a Cemig, onde há muita pressão para manter Djalma Morais na presidência da empresa. Ele está no cargo há quase 12 anos e o seu grande padrinho é o senador eleito Itamar Franco.

Na área política há também pressão para a substituição de Djalma Morais a fim de oxigenar a Cemig.

10 de dezembro de 2010

Anastasia vai esperar pelo ministério

O governador Antônio Anastasia vai esperar pela oficialização do ministério da presidente eleita Dilma Rousseff para anunciar o seu novo secretariado.

A presidente eleita pretende concluir a sua equipe de governo antes do Natal, enquanto Anastasia já declarou que o seu novo secretariado só será conhecido no fim do mês.

É até natural que o governador mineiro espere pela oficializaçao do ministério da Dilma para anunciar o seu secretariado. Os secretariáveis da área técnica terão que ter uma boa interlocução com o governo federal para buscar recursos para Minas.

Já há uma especulação de que o governador pretende criar uma Secretaria do Trabalho e que seria ocupada pelo deputado pedetista Carlos Pimenta,que pertence ao mesmo partido do atual ministro do Trabalho, Carlos Roberto Lupi. Pimenta e Lupi, com certeza, se entenderiam bem em benefício de Minas na área trabalhista.

8 de dezembro de 2010

A pressão maior é pela presidência da Cemig

Na formação da nova equipe do governador Antônio Anastasia, a maior pressão é pela presidência da Cemig.

O senador eleito Itamar Franco trabalha para que o atual presidente da empresa, Djalma Morais, seja mantido no cargo.

Mas alguns políticos acham que está na hora de o governador promover mudanças no comando da principal empresa do Estado. Afinal, Djalma Morais está no cargo há quase 12 anos. A renovação é importante para que a empresa continue crescendo com eficiência.

O atual secretario de Governo, Danilo de Castro, é falado como provável substituto de Morais. Mas o governador não abre o jogo . Ele só vai anunciar a sua equipe de governo no fim do mês.

6 de dezembro de 2010

PMDB fica menor no governo de Dilma Rousseff

Apesar de ser o maior partido do País e o principal aliado do próximo governo, o PMDB fica menor em termos de importância na formação do ministério da presidente eleita Dilma Rousseff.

Ao partido serão destinados os ministérios de Minas e Energia, Previdência Social, Turismo e Agricultura. De importância mesmo só de Minas e Energa, que será ocupado pelo senador Edson Lobão. Não se trata, na realidade, de uma indicação do PMDB. É mais uma indicação do senador José Sarney.

O ministério da Agricultura tem a sua importância e tudo indica que será mantido o atual ministro.

O PMDB perdeu um minisério importante, que é de Comunicações e que será ocupado por Paulo Bernardo, atual ministro do Planejamento. Pode perder também a pasta da Saúde. É natural, portanto, que o PMDB não esteja satisfeito e pode dar o troco na hora certa. É só esperar.

3 de dezembro de 2010

O problema da Dilma é o PMDB

A presidência eleita Dilma Rousseff terá que ceder mais um pouco para ater o apoio integral do PMDB.

Os peemedebistas querem cinco ministérios e cargos importantes no segundo escalão. A pressão é muito grande e há uma desconfiança mútua entre as partes envolvidas na formação do novo governo.

A desconfiança começou após uma reunião entre a presidente eleita e alguns petistas que integram a comissão de transição sem a presença do PMDB.

A consequência foi a formação de um blocão na Câmara dos Deputados, liderado pelo PMDB, para conter os avanços do PT na formação do ministério.

O clima se agravou depois que o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, anunciou que o seu secretário de Saúde havia sindo indicado para ocupar o ministério da Saúde. Houve reação por parte da cúpula do PMDB e a presidente eleita acabou recuando dizendo que não havia ainda escolhido o novo ministro.

O clima ainda é de muita tensão, porque a presidente eleita ainda não concluiu a sua equipe de governo. O preenchimento do segundo escalão vai dar também muito trabalho.