30 de novembro de 2008

As prévias de Aécio

O governador Aécio Neves está defendendo a realização de prévias para a escolha do candidato do PSDB à presidência da República em 2010. Portanto, não quer que a indicação fique restrita à cúpula do partido.

Como postulante à sucessão do presidente Lula, juntamente com o governador de São Paulo, José Serra, o governador de Minas entende que é mais democrático as bases do partido participando do processo de escolha do candidato.

No caso da sucessão estadual, o governador Aécio Neves defende também a realização de prévias para a escolha do candidato. Mas, obviamente, ouvindo os partidos aliados do governo, mesmo porque um partido sozinho teria dificuldades em eleger o futuro governador do Estado.

Isto significa que o candidato ao governo de Minas em 2010 pode não ser do PSDB, mas de partidos aliados do governador. Tudo vai depender dos chamados arranjos partidários. O governador Aécio Neves, que é um grande articulador político, saberá encontrar a melhor solução que agrade a seu partido e demais legendas aliadas ao seu governo.

29 de novembro de 2008

Recursos para a reeleição

No Congresso Nacional, os parlamentares querem elevar de CR$ 10 mil para CR$ 12 mil os valores das emendas individuais, de iniciativa parlamentar, ao orçamento da União para 2009.



Tais recursos serão aplicados em obras indicadas pelos parlamentares, o que garante praticamente a reeleição de cada um dos 513 deputados e 81 senadores.



O governo quer manter os CR$ 10 mil. De qualquer maneira a disputa fica muito desigual entre o parlamentar que vai receber recursos do orçamento para reforçar a sua reeleição e o candidato que entra na disputa eleitoral pela primeira.



Em Minas, os deputados estaduais são mais modestos. Querem elevar o valor das emendas de CR$ 1 milhão para CR$ 2 milhões. O governo deve ceder um pouco.



Mas o Executivo dispõe de outros mecanismos para atender à sua base de sustentação política na Assembléia Legislativa dentro e fora do orçamento que será votado pelo Legislativo. A oposição, que praticamente não existe, seria atentida apenas com base nas emendas apresentadas ao orçamento.

26 de novembro de 2008

Uma reeleição por consenso

No Congresso Nacional há uma disputa pela presidência do Senado e da Câmara dos Deputados. Não há um consenso em torno de nomes.

O deputado Michel Temer, do PMDB, trabalha para ser o presidente da Câmara dos Deputados, enquanto o senador Tião Viana, do PT, postula a presidência do Senado.

O governo é o maior interessado na presidência das duas Casas do Congresso Nacional, mas não quer se expor muito para não afetar a sua base de sustentação política.

A oposição, por sua vez, quer a Câmara e o Senado sob o comando de parlamentares não muito comprometidos com o governo. Difícil, portanto, chegar a um consenso partidário entre o governo e oposição.

No caso da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, já há um consenso partidário para a reeleição do presidente Alberto Pinto Coelho, do PP, e do primeiro secretário, Dinis Pinheiro, do PSDB. São os dois principais cargos da Mesa.

A reeleição por consenso é importante para a instituição sob o ponto de vista político e administrativo se consideramos que toda disputa deixa sempre uma sequela ainda que ela seja democrática.

A reeleição para um mandato de curto prazo, é o caso da Assembléia, em muitos casos, é a garantia da continuidade administrativa. Já se sabe, por exemplo, que com a reeleição do atual presidente da Assembléia, o comando administrativo da Casa deverá dar sequência ao trabalho iniciado há dois anos.

Eduardo Adonis vai continuar como diretor-geral, o mesmo ocorrendo com o secretário-geral da Mesa, José Geraldo, e Lúcio Perez como responsável pela área de comunicação da Assembléia.

Para os demais cargos da Mesa, as indicações estão sendo feitas pelas bancadas dos diversos partidos, mediante um amplo entendimento. A eleição será na próxima terça-feira.

25 de novembro de 2008

O racha enfraquece o PT em Minas

O racha no PT mineiro enfraquece o partido na disputa pelo governo do Estado em 2010. O grupo dissidente, aquele que ficou contra a aliança Pimentel-Aécio, quer o ministro Patrus Ananias como candidato ao governo de Minas, enquanto a outra facção do PT defende o nome do prefeito Fernando Pimentel.

O racha é inevitável pela sequela herdada da disputa pela prefeitura de Belo Horizonte entre os grupos do prefeito Fernando Pimentel e do ministro Patrus Ananias. A ferida ainda está muito exposta e dificilmente será cicatrizada até a data das eleiçoes.

Muita coisa deverá ocorrer dentro do partido, a começar pela renovação do comando da legenda, em nível nacional e estadual.

Já se sabe que o atual presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, não deverá continuar no comando do partido. O futuro dirigente deverá ser uma pessoa da absoluta confiança do presidente Lula.

Falou-se, inicialmente, que poderia ser o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho. Mas existem outros nomes. Ricardo Berzoine ficou contra a aliança do seu partido com o PSDB na eleição para prefeito de Belo Horizonte. Portanto, um desafeto de Pimentel. A mudança no comando do partido em nível nacional pode ser importante para Pimentel.

Já a presidência do PT mineiro pode continuar com o deputado Reginaldo Lopes, embora o grupo dissidente esteja trabalhando com outros nomes. O deputado estadual Padre João é um deles.

Uma coisa é certa: o candidato do PT ao governo de Minas em 2010 terá que passar pelo crivo do partido em nível nacional e estadual. Mas se sair rachado, fica muito enfraquecido.

24 de novembro de 2008

Os efeitos da crise na imagem do presidente Lula

É possível que a popularidade do presidente Lula ainda esteja em alta, alimentada principalmente pelo Bolsa Família. Nada cola no presidente, que possa desgastá-lo perante a opinião pública. Contribuiu para isso o cenário internacional que era favorável à economia brasileira.

Só que o cenário agora é outro: é de crise global. O Brasil não ficará imune a ela. Os seus efeitos começarão a ser sentidos a partir do ano que vem. O consumo deve cair com a restrição ao crédito, o que significa menos crescimento, recessão, desemprego e outras coiasa mais.

Quando o trabalhador sentir que a crise está mexendo no seu bolso, a sua avaliação sobre o governo poderá não ser a mesma que faz hoje. O culpado é sempre o governo, ainda que essa crise tenha a sua origem nos Estados Unidos. Só que ela atingiu toda a esconomia global. Infelizmente.

22 de novembro de 2008

Serra e Aécio evitam um confronto direto agora

Os governadores de Minas, Aécio Neves, e o de São Paulo, José Serra, evitam agora um confronto direto entre os dois na disputa pela presidência da República em 2010.

Cada um adota uma estratégia. José Serra joga mais com a força do poder econômico de São Paulo. Ficou mais fortalecido com a reeleição do prefeito Gilberto Kassab, do DEM, que será um dos seus aliados na próxima sucessão presidencial. Aliou-se ao ex-governador Orestes Quércia que hoje detém o controle do PMDB de São Paulo.

Já o governador Aécio Neves é a figura central da política mineira. Tem o controle quase absoluto dos partidos políticos no Estado. A sua maioria na Assembléia Legislativa é esmagadora. Sofreu um arranhão no primeiro turno nas eleições em Belo Horizonte. Mas se recuperou ajudando na eleição de Márcio Lacerda à prefeitura de Belo Horizonte.

Por aí se vê que Aécio e Serra são fortes em seus respectivos Estados. Mas para chegar a presidência da República eles terão que conquistar novos aliados fora das fronteiras de Minas e de São Paulo. Uma coisa é certa: não vão agora para um confronto direto.

21 de novembro de 2008

Fim da reeleição é só no discurso

No Congresso Nacional há uma forte tendência para a manutenção da reeleição para presidente da República, governadores e prefeitos. A mudança na Constitução com esse objetivo está apenas no discurso.

O fim da reeleição só será possível se ela for concretizada antes das eleições de 2010. Se deixar para depois é casuismo. Aliás, os prefeitos eleitos agora pela primeira vez já consideram como casuismo a mudança na Constituição para acabar com a reeleição. E eles estão certos. E estarão certos também o presidente da República e os governadores a serem eleitos em 2010 se a norma constitucional for alterada depois do pleito.

O presidente Lula, que está impedido constitucionalmente de disputar mais uma reeleição, está alheio a essa discussão. É possível até que ele seja pelo fim da reeleição para não ter problema com o seu possível retorno ao Planalto em 2014, principalmente se o seu sucessor sair dos quadros do PT.

A reeleição tem um grande incoveniente: a disputa fica muito desigual. Quem vai tentar mais um mandato sem a desincompatibilização leva grande vantagem pelo fato de ter o poder nas mãos em relaçao ao que vai para a disputa sem qualquer influência do poder público. Infelizmente, nada vai mudar.

20 de novembro de 2008

Pimentel permanece no PT?

Mais uma especulação envolvendo o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel. Agora é sobre a sua permanência ou não no PT.

Ele já declarou que não deixa o partido. E nem há razão para isso. É um vitorioso ao fazer o seu sucessor na prefeitura de Belo Horizonte.

Se for convocado pelo presidente Lula para participar do ministério, a sua permanência no PT é certa. No Planalto, Pimentel tem a seu favor a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, que na discussão sobre a sucessão em Belo Horizonte, ficou ao seu lado .

Mas se o destino do prefeito Fernando Pimentel for a Secretaria de Desenvolvimento, a situação muda um pouco. O grupo dissidente do PT vai insistir para que ele deixe o partido. Ninguém tem dúvida disso.

O melhor exemplo foi a desfiliação de Thilden Santiago. Ele foi pressionado a deixar o PT pelo fato de ter aceito um convite do governador Aécio Neves para ocupar um cargo de confiança na CEMIG. O PT é o partido do contraditório. Não decide nada por consenso. Foi assim desde a sua criação.

19 de novembro de 2008

Pimentel fica mais fortalecido

Há muita especulação ainda sobre o futuro político do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, que deverá deixar o cargo em janeiro com a posse do prefeito eleito Márcio Lacerda.

A primeira especulação é de que Pimentel poderá ser convocado pelo presidente Lula para participar do seu ministério.

Se ele não for para Brasília, o governador Aécio Neves o nomearia para secretaria de Desenvolvimento, que ficará mais incorpada e fortalecida com a vinculação da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana a ser criada conforme estabelece projeto de lei em tramitação na Assembléia Legislativa.

O que se comenta nos bastidores do Legislativo é de que Pimentel se transformaria num super prefeito porque todo o investimento na região metropolitana teria que passar por ele por causa da subordinação dessa Agência à Secretaria de Desenvolvimento.

Mas não há nada de oficial por enquanto. É só especulação mesmo porque nenhum deputado ocupou a tribuna para tratar do assunto.

15 de novembro de 2008

O futuro poítico de Pimentel

Qual será o futuro político do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, depois que deixar o cargo em janeiro?

Ele pode ser convocado pelo presidente Lula para participar do ministério ou ocupar a Secretaria de Desenvolvimento do governo de Aécio Neves.

Mas não há nada de oficial. É só especulação. Uma coisa é certa: não fica no isolamento. É uma liderança forte dentro do PT, principalmentre em Belo Horizonte.

O seu desejo é disputar o governo de Minas em 2010, provavelmente, com o apoio do governador Aécio Neves. Aí é que surge o seu maior problema, porque o PT tem outro postulante, que é o ministro Patrus Ananias.

Mas não será por falta de legenda que Pimentel deixará de concorrer ao governo do Estado. O PSB estará à sua disposição. Neste caso, ele teria que deixar o PT. Mas ele não pensa nisso no momento, mesmo porque a cúpula nacional e estadual do partido será renovada no ano que vem. Até lá muita coisa deverá ocorrer.

14 de novembro de 2008

A crise vai afetar a imagem de Lula?

Até onde a crise americana poderá afetar a imagem do presidente Lula? Até agora nada colou nele em termos de desgaste. Nem mesmo o mensalão e outras coisas mais negativas que ocorrem na área do seu governo.

A sua popularidade é sustentada principalmente pelo Bolsa Família, no Nodeste. Além disso, o cenário internacional, até há bem pouco tempo, era favorável à economia brasileira. Mas esse cenário já não é o mesmo com a crise global. Mudou. Estamos caminhando para a recessão, o que pode significar quebradeira de empresas, desemprego e muita coisa mais.

O dinheiro já está curto, aumentando assim as taxas de juros cobradas pelos bancos. Já não há mais aquela euforia de financiamentos a longo prazo. O crédito já está muito restrito.

Tudo isso afeta o cidadão, o empresário e o governo. Ninguém está imune. Consequentemente, a imagem do presidente Lula poderá ser afetada, embora esse não seja o nosso desejo. Pelo contrário, o que desejamos é que o governo encontre caminhos para ficar livre dessa crise.

13 de novembro de 2008

O comando do Ministério Público em Minas

O novo procurador geral de Justiça sairá de uma lista tríplice da qual participam os procuradores Nedens Ulisses Freire Vieira, Alceu José Marques e Epaminondas Fulgêncio Neto. Um deles será escolhido e nomeado pelo governador Aécio Neves, em substituição a Jarbas Soares.

Na eleição, o mais votado foi Nedens Ulisses Freire, que teve 535 votos, vindo em segundo lugar Alceu José Marques, com 529, e Epaminondas Fulgêncio Neto, com 289 votos. O quarto colocado, Tomáz Aquino Resende, Tomaz Aquino Resende, que está fora da lista tríplice, teve 154 votos.

Agora, entra a disputa política porque a decisão será do governador. Qualquer um dos três pode ser nomeado. Há quem diga que o segundo colocado, Alceu José Marques, pode ser o preferido pelo fato de ser muito ligado ao atual procurador Jarbas Soares.

Mas se o governador optar pelo critério do mais votado, o novo procurador geral de Justiça será Nedens Ulisses Freire Vieira.

12 de novembro de 2008

O PSDB está sob o controle de Aécio ou do Serra?

Ao defender a realização de prévias para a escolha do candidato tucano à presidência da República em 2010, o governador de Minas, Aécio Neves, está convencido, na avaliação de alguns de seus interlocutores, de que tem o controle do PSDB numa possível disputa com o governador de São Paulo, José Serra, à sucessão do presidente Lula.

Essa convicção majoritária de Aécio em relação a Serra dentro do seu partido é reforçada pela sua disposição de permanecer no PSDB, descartando assim qualquer possibilidade de ingressar no PSB ou no PMDB.

Ainda ontem um parlamentar tucano, de grande expressão dentro do partido, comentava que o governador José Serra pode ter o controle da legenda em São Paulo, mas nos demais Estados o quadro muda. É mais favorável ao governador mineiro, pelos contatos que ele vem mantendo com as lideranças tucanas para fugir um pouco do centralismo político e econômico de São Paulo.

Na verdade, o que pesa muito a favor do governador José Serra é poder econômico de São Paulo, mesmo com o PSDB um pouco divivido naquele Estado. Mas não basta ganhar na convenção. O importante é ganhar a eleição, o que só será possivel com a união de Aécio e Serra. Rachado, o PSDB não chega ao Planalto em 2010.

11 de novembro de 2008

O quadro partidário e as eleições de 2010

Muito confuso o quadro partidário brasileiro tendo em vista as eleições de 2010. O PMDB, que é o maior partido do País, dificilmente terá candidato próprio à presidência da República. E o motivo é um só: em nível nacional, o partido é muito fracionado, constituido por diversas facções, o que dificulta o lançamento de um candidato consensual.

O PSDB, na sucessão presidencial, está rachado entre os governadores de Minas, Aécio Neves, e o de São Paulo, José Serra. Difícil, portanto, um entendimento entre os dois, porque nenhum deles abre mão de ser o cabeça de chapa.

O PT é o presidente Lula. É ele que decide. Mas Lula não está muito interessado em fazer o seu sucessor em 2010. A sua preocupação é com 2014, quando pretende voltar ao Planalto, embora tenha dado demonstrações de que o seu candidato em 2010 é a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

A Dilma tem um perfil mais técnico do que político. Por isso mesmo, não criaria dificuldades para Lula voltar ao Planalto em 2014.

Os demais partidos vão a reboque, apoiando o candidato do Planalto ou optando pelo nome que for indicado pelo PSDB entre os governadores Jose Serra e Aécio Neves.

Na disputa pelos governos estaduais, a situação é um pouco diferente. O PMDB, por exemplo, tem condições de eleger um grande número de governadores, a exemplo do que ocorreu nas eleições municipais onde o partido teve grande desempenho, elegendo inúmeros prefeitos.

Mas ainda é muito cedo para uma análise mais profunda sobre o que poderá ocorrer em 2010.

10 de novembro de 2008

Quem é o homem do Serra em Minas?

Qual é o político mineiro mais influente junto ao governador de São Paulo, José Serra, tendo em vista à sucesssão presidencial de 2010?

Ninguém sabe. Deveria ser o governador Aécio Neves pelo fato de pertencerem ao mesmo partido, o PSDB. Só que Aécio, dentro do partido, é adversário de Serra, já que ambos postulam a presidência da República.

Quando disputou com Lula a sucessão presidencial, José Serra tinha em Minas como um dos seus coordenadores de campanha o ex-deputado Sílvio Mitre, atualmente afastado das atividades políticas. Trabalha hoje como médico perito, além de ser um grande cardiologista.

Na bancada estadual do PSDB, José Serra só tinha um voto da então deputada Maria Olíveira, hoje também afastada da área politica. Deixou a sua vaga na Assembléia Legislativa para o seu filho, o deputado Tiago Ulisses, do PV.

Resultado: José Serra perdeu feio em Minas para o candidato petista Luis Inácio Lula da Silva. Agora o governador de São Paulo entra novamente na disputa presidencial, tendo como concorrente dentro do seu partido o governador Aécio Neves.

Sem ter um político influente em Minas, o governador José Serra terá problemas. E ninguém sabe quem será ele. Mas ele existe. Só que está na moita.

9 de novembro de 2008

As opções de Aécio

Inviabilizada a sua candidatura à presidência da República pelo PSDB, quais seriam as opções do governador de Minas Aécio Neves para 2010?



O governador ainda acredita que terá a legenda de seu partido para entrar na corrida presidencial, mesmo sabendo que terá um forte concorrente, que é o governador de São Paulo, José Serra.



Aécio descarta qualquer possibilidade de chapa puro sangue. Com isso, o governador de Minas deixa bem claro que não aceita ser o vice, conforme deseja o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

É muito difícil um entendimento entre Aécio e Serra, porque nenhum deles abre mão de ser o cabeça de chapa. Com o PSDB rachado, os tucanos dificilmente chegarão ao Planalto em 2010.

Corre a informação de que, em caso de um entendimento, Aécio disputaria o Senado, com o compromisso de Serra apoiar o governador mineiro na sucessão presidencial de 2014. Mas para isso, o instituto da reeleição deixaria de existir.

Aécio tem outras opções: ingressar no PMDB ou no PSB e disputar a presidência da República em 2010. Por aí se vê como está complicada a sucessão presidencial dentro do PSDB.

8 de novembro de 2008

PT sob o comando de Lula

A renovação do diretório nacional do PT deverá ocorrer em novembro do ano que vem. Mas já se sabe, por antecipação, que o futuro presidente do partido deverá ser mesmo Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Lula.



Consequentemente, o presidente Lula terá o controle absoluto do PT já que Gilberto Carvalho é de sua absoluta confiança.



O atual presidente, Ricardo Berzoini, é mais ligado ao ex-ministro José Dirceu. Vai perder espaço dentro da legenda. O prefeito Fernando Pimentel, que poderá ser convocado pelo presidente Lula para participar do ministério, fica numa situação mais cômoda em relação à fatura executiva nacional do PT.

Ricardo Berzoini se opôs à aliança entre o governador Aécio Neves e Pimentel na sucessão da prefeitura de Belo Horizonte. A sua substituição do comando do partido é um alívio para Pimentel que aspira o governo de Minas em 2010, provavelmente, numa disputa dentro da legenda com o ministro Patrus Ananias.

7 de novembro de 2008

A equipe será de um triunvirato

Alguns jornais têm especulado muito sobre a futura equipe do prefeito eleito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda. É natural que isso ocorra.

Mas quem vai decidir mesmo sobre a nova equipe do prefeito eleito são aqueles que ajudaram na sua eleição, a começar pelo governador Aécio Neves e pelo prefeito Fernando Pimentel. Pode ser que outras lideranças partidárias e políticas tenham alguma influência na formação dos novos auxiliares da futura administração municipal.

Mas a decisão final, em conjunto, partirá desse triunvirato: o governador Aécio Neves, o prefeito Fernando Pimentel e o prefeito Márcio Lacerda.

Consequentemente, os auxiliares mais ligados ao prefeito Fernando Pimentel serão mantidos ou remanejados. Deverão cair fora outros elementos não muito confiáveis para dar lugar às indicações que deverão ser feitas pelo governador e outras lideranças partidárias.

Quanto ao futuro do prefeito Fernando Pimentel, que deixa o cargo em janeiro, é possível que ele seja convocado pelo presidente Lula para participar do seu ministério. Se não for, o governador Aécio Neves o convoca para participar de uma secretaria importante no seu governo.

6 de novembro de 2008

O cenário de 2010 não será o de hoje

Até que ponto a crise econômica global poderá afetar o processo eleitoral brasileiro em 2010? Uma coisa é certa: o cenário de hoje não será o mesmo de 2010.

As dificuldades econômicas serão maiores. O dinheiro já está curto e a palavra de ordem é cortar despesas, o que significa também desacelarar o desenvolvimento econômico.

O presidente Lula, que, inicialmente, chegou a dizer que a crise não chegaria ao Brasil, teve que mudar o seu discurso e agora está fazendo o que pode. Já está socorrendo com crédito às montadoras de veículos. O sistema bancário passa por uma reestruturação, iniciada com fusão do Itaú e Unibanco.

O presidente executivo do Itaú e agora presidente do Itaú Unibanco (resultado da fusão do Itaú com o Unibanco, Roberto Setubal, acredita que a crise ainda vai durar de dois a três anos. Consequentemente, outras mudanças no sistema financeiro do País deverão ocorrer.

A política sempre esteve associada à economia. É natural, portanto, que a crise econômia afete o processo eleitoral em 2010. É possível até que a popularidade do presidente Lula não seja a mesma em 2010, com o agravamento da crise.

É difícil, portanto, fazer qualquer previsão sobre o futuro. Mas ninguém tem dúvida de que o cenario de 2010 será outro.

5 de novembro de 2008

Emendas garantem à reeleição

Os parlamentares federais querem elevar de CR$ 8 milhões para CR$ 12 milhões o valor das emendas individuais ao orçamento para 2009. O governo só concorda com os atuais CR$ 8 milhões.



Esses recursos são aplicados em obras indicadas pelos parlamentares em suas regiões eleitorais, o que garante praticamente à reeleição de cada um deles. Afinal, é muito dinheiro,além de tornar a disputa eleitoral desigual para quem vai tentar pela primeira vez um mandato parlamentar.



Em Minas, os parlamentares querem elevar o valor das emendas individuais de CR$ 1 milhão para CR$ 2 milhões. É possível que o governo concorde em elevar um pouco, em torno de CR$ 1,2 mihão ou CR$ 1,5 milhão. O assunto está sendo discutido pela base do governo juntamente com o secretário de Governo, Danilo de Castro.

A Assembléia Legislativa só vai aprovar o orçamento de 2009 depois de uma definição clara sobre o valor das emendas a serem apresentas ao projeto.

4 de novembro de 2008

Lula quer fazer o seu sucessor?

O presidente Lula deseja fazer o seu sucessor em 2010? Desejaria, sim, com o fim da reeleição, porque o seu objetivo é voltar ao Planalto em 2014.

Mantendo o instituto da reeleição, o presidente Lula não vai querer eleger o seu sucessor, principalmente saindo do quadro do PT, sabendo que em 2014 o seu principal adversário pode ser o presidente eleito em 2010.

Lula tem dado demonstrações de que o seu candidato pode ser a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, que tem um perfil mais técnico do que político. Ela, eleita presidente, provavelmente, não criaria maiores dificuldades para Lula voltar ao Planalto em 2014. Mas a garantia só será possível mesmo com o fim da reeleição.

Por isso mesmo, há quem diga na área do governo, que o maior defensor hoje do fim da reeleição é o presidente Lula, porque ele já está pensando em 2014.


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3 de novembro de 2008

Voto facultativo e promessas obrigatórias

O Tribunal Superior Eleitoral considerou alto o índice de abstenções nas eleições municipais, em torno de 18%. Só no segundo turno, mais de 4,8 milhões de eleitores deixaram de votar. Em Belo Horizonte, a abstenção foi de 17,78%. No Rio de Janeiro, um pouco mais: 20,25%. Ja no maior colégio eleitoral do País, São Paulo, a abstenção girou em torno de 17%.

Se o voto fosse facultativo, a abstenção seria bem maior. Ninguém tem dúvida disso. É possível que mais no futuro o voto passe a ser facultativo, conforme ocorre em várioas paises onde a democracia está inteiramente consolidada.

O que deveria ser obrigátório são as promessas de candidatos . Elas, em sua maioria, não são cumpridas, o que contribui para o alto indice de abstenções.