30 de julho de 2008

O confronto é pelo governo de Minas

É do temperamento do ministro Patrus Ananias à conciliação. Não é, portanto, um político brigão. Como prefeito de Belo Horizonte e na condição de ministro, Patrus sempre se portou como uma pessoa extremamente educada e defensora permanente do diálogo para a solução dos problemas brasileiros.

Mas agora mudou um pouco a sua postura. Já está acusando o prefeito Fernando Pimentel de ser o responsável pelo racha no PT de Belo Horizonte por causa da indicação do empresário Márcio Lacerda como candidato à prefeitura de BH, com o apoio de Pimentel e do governador Aécio Neves.

Na realidade, o que está em jogo é a disputa pelo governo de Minas em 2010, já que Pimentel e Patrus são postulantes à sucessão do governador Aécio Neves. É natural, portanto, que os dois entrem desde já na disputa.

Resta saber quem terá a legenda do PT para disputar o governo de Minas em 2010. Pimentel, com a indicação de Márcio Lacerda, mostrou que tem maioria no diretório municipal do partido em Belo Horizonte. O interior é uma incognita.

O ministro Patrus Ananias, por sua vez, é uma força viva dentro do PT, além de contar com o apoio de outro ministro mineiro, Luis Dulci. A sua maior força parece estar concentrada no interior pelo fato de já ter disputado uma eleição majoritária de senador. Será uma briga de dois gigantes: Pimentel e Patrus.

29 de julho de 2008

Ninguém quer ser oposição

Se não existe candidato de oposição na sucessão da prefeitura de Belo Horizonte, a conclusão é uma só: o governador Aécio Neves e o prefeito Fernando Pimentel já podem ser considerados como vitoriosos.


O primeiro, Aécio, por apoiar efetivamente o candidato da continuidade, que é Márcio Lacerda, da coligação PT-PSB. O mesmo ocorre com Pimentel, que está empenhado na eleição do candidato dessa coligação.


Uma possível vitória de Jô Moraes ou de Leonardo Quintão não representaria uma derrota para o governador e para o prefeito, porque Jô e Quintão são também candidatos da continuidade.

Um outro detalhe: Pimentel vê na "continuidade" de Jô Moraes e de Leonardo Quintão a consagração de sua administração.


Os candidatos considerados de oposição, Sérgio Miranda, do PDT, e Vanessa Portugal, PSTU, não chegam a assustar os demais postulantes à prefeitura, conforme revelam as últimas pesquisas. Por enquanto, ninguém quer ser oposição.


Os mais fortes candidatos que representariam a oposição, Jô Moraes, do PC do B, e Leonardo Quintão, do PMDB, já declararam que são "candidatos da continuidade". Consequentemente, não são candidatos de oposição, ou melhor, não querem ser oposição.







Nenhuma surpresa no posicionamento de Jô Moraes e de Leonardo Quintão. Ambos tiveram participação direta ou indireta na atual administração.

Política não está atraindo as mulheres.

O desgaste da classe política está afastando pessoas qualificadas e de bom conceito profissional da disputa eleitoral. É decrescente o gosto pela política. A causa principal é a corrupção quase que generalizada.

Já foi a época em que o vereador, sem remuneração, era eleito para cumprir o dever de bem servir à coletividade. Hoje, não. Em muitos casos, ele vai para a disputa eleitoral pensando em benefício próprio, na polpuda remuneração que vai receber.

Isso ocorre, infelizmente, em quase todas as casas legislativas do País e nos executivos também. Os informativos dos jornais, rádios e televisões estão mostrando isso.

Com isso, o homem de bem se afasta da política. A desmotivação é maior entre as mulheres. Basta dizer que nenhum partido conseguiu preecher as vagas destinadas a elas, conforme determina a legislação.

Em Minas, ao todo, são 2.220 candidatos a prefeito, sendo 2.060 homens e apenas 160 mulheres. Já ao cargo de vice prefeito, são 1948 homens e 275 mulheres. Dos 53.662 candidatos a vereador, 42.993 são homens e 10.669 mulheres.

Na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte, são nove candidatos, sendo sete homes e duas mulhares. Por aí se vê que o cargo eletivo ja não está atraindo mais as mulheres, provavelmente, por traição daqueles que prometeram e não cumpriram o seu dever de bem servidor à coletividade.

28 de julho de 2008

Sem candidato de oposição

Incrível que até agora não tenha aparecido um forte candidato de oposição à sucessão do prefeito Fernando Pimentel. A deputada Jô Moraes, do PC do B, que está na frente nas pesquisas, diz que é candidata da continuidade, o mesmo ocorrendo com o peemedebista Leonardo Quintão, além de Márcio Lacerda, da coligação PT-PSB.

Para o prefeito Fernando Pimentel, só existe um candidato da continuidade, que é Márcio Lacerda, apoiado por ele, Pimentel, e pelo governador Aécio Neves e pela maioria dos partidos.

O ex-deputado Sérgio Miranda, do PDT, se apresenta como candidato de oposição. Só que está praticamente sozinho. Não chega, portanto, a assustar os demais candidatos que defendem a continuidade administrativa. Na mesma situção está a Vanessa Portugal, do PSTU.


A falta de um candidato de peso para se opor a atual administração está deixando o eleitor perplexo. A mobilização em termos da eleição está restrita aos filiados dos partidos. Mas deve mudar um pouco com o inicio do programa eleitoral pelo rádio e televisão controlado pela Justiça Eleitoral.

27 de julho de 2008

Indiferença eleitoral continua

Até que os candidatos à prefeitura de Belo Horizonte estão se movimentando. Só que o eleitor continua indiferente, provavelmente, sem acreditar nas promessas dos candidatos.

Em todo início de campanha, é assim mesmo. Mas com o inicio do programa eleitoral pelo rádio e televisão, controlado pela Justiça Eleitoral, a situação muda. O eleitor passa a se interessar mais, mesmo porque o voto é obrigatório e não facultativo. Ele vai ter que votar em alguém.

Mas por enquanto, a apatia eleitoral é geral, o que dificulta o trabalho dos cabos eleitorais e dos próprios candidatos.

Em alguns partidos, a maior preocupação não é com os eleitores, mas sim com a crise interna. É o caso do PT, que está rachado. A maior fatia do partido fica com o candidato Márcio Lacerda, enquanto o outro grupo, que é minoiria, apoia a candidata Jô Moraes, do PC do B.

24 de julho de 2008

Subir no palanque de Lacerda foi encenação

Precisamente no último dia 30, na cidade mineira de Itajubá, o presidente Lula anunciou publicamente o seu apoio ao candidato Márcio Lacerda à prefeitura de Belo Horizonte. Foi mais além ao manifestar o desejo de subir no palanque do candidato da coligação PT-PSB.



Foi uma encenação do presidente para uma platéia formada pelo governador Aécio Neves e pelo prefeito Fernando Pimentel, que apoiam o candidato, e que estavam presentes na ocasião.



No dia seguinte, neste espaço, sustentamos que o presidente Lula não iria subir no palanque de Márcio Lacerda por uma razão muito simples. Três partidos que fazem parte de sua base de sustentação política no Congresso Nacional têm candidatos à prefeitura de Belo Horizonte. Jô Moraes, do PC do B, Leonardo Quintão, do PMDB, e Sérgio Miranda, do PDT.



Confirmando o que haviamos publicado, está agora nos principais jornais do País de que o presidente Lula ficará distante dos palanques eleitorais. Até proibiu a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, de fazer campanha eleitoral fora do Rio Grande do Sul.

Um olho na prefeitura e o outro na reeleição

Dos oito candidatos à prefeitura de Belo Horizonte, pelo menos quatro não têm nada a perder caso não sejam eleitos em outubro próximo. Pelo contrário, só têm a ganhar, porque ja terão feito a campanha para a reeleição de seus mandatos legistivos em 2010.

Estão nessa situação os deputados federais Jô Moraes, do PC do B; Leonardo Quintão, do PMDB; e o estadual Gustavo Valadares, do DEM; o ex-deputado federal Sérgio Miranda, do PDT.

Não tem nada a perder também o deputado estadual Ademir Lucas, do PSDB, que é candidato à prefeitura de Betim. Se perder a eleição para a atual prefeita Marília Campos, Ademir já estará com a campanha feita para a sua reeleição como deputado em 2010. Na mesma situação, está a prefeita Marília Campos que tentaria em 2010 voltar ao Legisltivo se não conseguir agora à reeleição, o mesmo se dando com Carlin Moura, do PC do B.

Podemos citar ainda o deputado federal Custódio Mattos, do PSDB, que é candidato a prefeito de Juiz de Fora; o federal João Bittar,do DEM, que disputa a prefeitura de Uberlândia, juntamente com o estadual Weliton Prado, do PT; Maria do Carmo, do PT, em Betim; o estadual Fahim Sawan, do PSDB, concorrendo a prefeitura de Uberaba; o estadual Luiz Tadeu, do PMDB, em Montes Claros; e Romulo Veneroso,do PV, em Betim.

O deputado estadual Roberto Carvalho, do PT, que é o vice de Márcio Lacerda à prefeitura de Belo Horizonte, é outro que já estaria com a campanha feita para tentar à reeleição como parlamentar em 2010, o mesmo ocorrendo com o vice de Leonardo Quintão, Eros Biondini, do PHS.

Todos eles serão candidatos à reeleição em 2010 se não tiverem êxisto nas eleições municipais deste ano. Mas não serão perdedores, porque na realidade estão fazendo dupla campanha: um olho na prefeitura e o outro na reeleição.

23 de julho de 2008

Polícia Federal seria outro poder

A Associação dos Delegados da Polícia Federal reivindica mais poder para a instituição, ou seja, autonomia administrativa e financeira, além de poder indicar o diretor geral. Em outras palavras: os delegados querem a desvinculação da Polícia Federal do Ministério da Justiça, o que significa na opinição de alguns analistas políticos, a transformação da instituição num novo Poder.



A reivindicação dos delegados, por outro lado, depende de uma reforma constitucional, o que dificilmente ocorrerá neste momento, tendo em vista que o Congresso Nacioanl está esvaziado por causa das eleições municipais.



Mas não é só isso. Há resistências dentro do Legislativo em relação a qualquer mudança que tenha por objetivo ampliar os poderes não só da Polícia Federal como também do Ministério Público.



Infelizmente, esse assunto sobre mudanças só entra em discussão nos momentos de crise, como ocorre atualmente com a Polícia Federal em decorrência, principalmente do afastamento do delegado Protógenes Queiroz, que presidiu o inquerito relativo à operação Satiagraha, envolvendo em crimes financeiros, o banqueiro Daniel Dantas e o investidor Naji Nahas.


Todo processo de mudança deve ocorrer em clima de absoluta normalidade e não de crise.

22 de julho de 2008

Nelson Jobim na Justiça?

Em alguns setores do governo, fala-se num possível remanejamento do ministro Nelson Jobim, da Defesa, para o Ministério da Justiça. O objetivo é controlar a Polícia Federal em todas as suas ações, a fim de evitar excessos que estariam sendo praticados por alguns agentes dessa instituição. Dentro da estrutura do governo, a PF está subordinada ao Ministério da Justiça



O atual ministro Tarso Genro tem feito o possível para evitar o racha na PF. O problema se agravou com o afastamento do delegado Protógenes Queiroz do inquerito referente à Operação Satiagraha que apura crimes financeiros envolvendo o banqueiro Daniel Dantas e o investidor Jaji Nahas.

Pela sua formação jurídica e como político, Nelson Jobim seria a pessoa indicada para o Ministério da Justiça neste momento de crise em que se encontra a Polícia Federal. Foi parlamentar e ministro da Justiça no governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso, além de presidente do Supremo Tribunal Federal.

Na crise da aviação brasileira, ele foi convocado para substituir Waldir Pires no Ministério da Defesa e vem conduzindo esse ministério com equilíbrio e competência. Mas o seu deslobamento agora para o Ministério da Justiça vai depender do presidente Lula.

21 de julho de 2008

Um desgaste que fortalece o Executivo

As pesquisas estão mostrando um desgaste gradativo dos Poderes Legislativo e Judiciário perante a opinião pública. Primeiro, foi o Congresso Nacional por causa do mensalão e outras coisas mais. Agora, é o Judiciário que está sendo questionado em decorrência principalmente do habeas corpus concedido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal ao banqueiro Daniel Dantas, a ponto de algumas entidades protolarem no Senado um pedido de "impeachement" do presidente do STF, Gilmar Mendes.

O desgaste do Legislativo e do Judiciário fortalece o Executivo, o que não é bom para as instituições. Entre os três Poderes, o relacionamento deve ser harmônico e independente. Nenhum deles pode sobrepor sobre o outro. Quando isso não ocorre, as instituições democráticas correm risco em decorrência da predominância do Executivo sobre os demais Poderes.

19 de julho de 2008

O futuro de Aécio

Há sempre uma indagação sobre o futuro político do governador Aécio Neves após deixar o governo de Minas. A sua primeira opção é concorrer mesmo à presidência da República em 2010. E já está trabalhando com esse objetivo. Aí vem outra indagação. Ele entraria na disputa pelo seu partido, o PSDB, pelo PMDB ou pelo PSB?



No PSDB, ele tem outro concorrente, que é o governador de São Paulo, José Serra. Quem tiver o controle do partido, é o candidato. A sua outra opção seria disputar o Senado.



Como candidato à presidência da República, Aécio, dificilmente, iria para o PMDB onde existe uma predominância de caciques. Ele teria que entregar primeiro o governo para os peemedebistas para depois pensar na eleição. Fora dos quadros do PSDB, talvez o partido que melhor acolheria Aécio é o PSB. Por este partido, o governador não seria incomodado.



Mas por enquanto, são apenas conjecturas. As eleições municipais de outubro servirão de espelho para mostrar um quadro político-eleitoral mais claro sobre 2010. Até lá muita coisa poderá ocorrer, porque a política é muito dinâmica.

18 de julho de 2008

O palanque eleitoral é a televisão

Mesmo com a indiferença eleitoral, os candidatos à prefeitura de Belo Horizonte estão se movimentando. É só verificar a agenda de cada um. Movimentadissima. Mas a eleição só vai esquentar mesmo com o inicio do programa eleitoral pelo rádio e televisão controlado pela Justiça Eleitoral.

Essa conversa de que o presidente Lula poderá subir no palanque de determinado candidato ou daqueles que fazem parte da base de sustentação de seu governo é pura lorota. Lula já acertou com o seu vice José Alencar que só participará da campanha nas capitais onde não houver mais de um candidato de sua base na disputa.

Em Belo Horizonte, existem cinco partidos de sua base que lançaram candidatos: o PSB coligado com o PT que tem como candidato Márcio Lacerda; o PMDB, com o deputado Leonardo Quintão; o PC do B, com a deputada Jô Moraes; e o PDT, que lançou o ex-deputado Sérgio Miranda.

O palanque eleitoral de reunir pessoas em praça pública está fora de moda, a não ser levando artistas para atrair. Só que a legislação não permite isso. O palanque eleitoral hoje é a televisão. Ninguém tem dúvida alguma.

17 de julho de 2008

Uma justiça menos sonolenta

Com a aprovação da nova Lei de Organização Judiciária do Estado pela Assembléia Legislativa, espera-se que a nossa justiça seja mais agil e menos sonolenta. Afinal, a nova legislação cria mais 314 cargos de juizes em várias comarcas de Minas, sendo 71 em Belo Horizonte, 13 em Betim e Contagem e 10 em Uberlândia e Juiz de Fora.

Mas não fica só nisso. São criados mais 20 cargos de desembargadores, passando de 120 para 140 a composição do plenário da cúpula do Judiciário.

O projeto, que é de iniciativa do Tribunal de Justiça, cria também cargos de assessores de juizes vitaliciados, inclusive de juizes especiais. A nomeação será do presidente do Tribunal de Justiça, por indicação do juiz.

A nova legislação cria também algumas comarcas e dá uma mexida geral na estrutura do Judiciário em Minas. O que se espera com a nova Lei de Organização Judiciária do Estado, é uma justiça mais agil e menos sonolenta em benefício da sociedade.

16 de julho de 2008

Afastamento de delegado significa "operação abafa"?

O afastamento do delegado Protógenes Queiroz que mandou prender o banqueiro Daniel Dantas é para conter os excessos da Policia Federal? Provavelmente, será a justificativa alegada por certos setores do governo. E realmente há excesso. Mas nem por isso poderemos condenar a ação da Polícia Federal. Pelo contrário, devemos até aplaudí-la. O que deveremos condenar são os métodos adotados .

O próprio presidente Lula, que ontem promoveu uma reunião de paz entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o ministro da Justiça, Tarso Genro, tem condenado os métodos adotados pela Polícia Federal.

O que deve prevalecer é a lei. Mas há quem diga que o afastamento do delegado significa "operação abafa", tendo em vista que o policial afastado estava mirado também em alguns figurões do governo. O importante é que voltou a paz no relacionamento entre os poderes. Pelo menos, por enquanto.

15 de julho de 2008

Infiéis do PT poderão ser enquadrados

Petistas que optaram pela candidatura da deputada federal Jô Moraes à prefeitura de Belo Horizonte poderão ser enquadrados por infidelidade partidária. já que o candidato do partido é o empresário Márcio Lacerda, do PSB, que está coligado formalmente com o PT.

É um caso típico de infidelidade partidaria. Mas o enquadramento dos dissidentes por desobediência partidária vai depender do resultado das eleições. Se Márcio Lacerda for o vitorioso nas eleições, será só festa para os petistas que estão apoiando o candidato oficial. Não haverá, portanto, punição para os infiéis.

Um pedido de punição para os dissidentes só ocorreria se o estrago da rebeldia for muito grande, a ponto de derrotar o candidato do partido. Mas vai depender também da direção nacional do partido, que já deu demonstrações de simpatia pelos dissidentes ao vetar a aliança da legenda com o PSDB.

O prefeito Fernando Pimentel, que é uma das principais lideranças do PT em Minas e que apoia o candidato Márcio Lacerda, tem adotado uma postura de muito equilíbrio na condução do processo de sua sucessão. Mas ninguém tem dúvida de que na hora certa ele vai cobrar da direção nacional do PT a aplicação do estatuto do partido no caso dos infiéis.

14 de julho de 2008

O eleitor está indiferente

Alguém disse, com muita convicção, de que os eleitores de Belo Horiozonte, em sua maioria, estão indecidos em relação à sucessão do prefeito Fernando Pimentel. Preferimos dizer que eles estão indiferentes.

Indeciso é o eleitor que ainda não decidiu em quem vai votar, mas não se omitirá. Dará o seu voto a determinado candidato.

Já o eleitor indiferente é aquele que está alheio ao processo eleitoral. É um desinteressado. Provavlemente, nem vai votar. Contribui para isso o desgaste da classe política. O eleitor está desiludido com as promessas não cumpridas e com a corrupção campeando em quase todos os setores.

É preciso, portanto, reverter esse quadro de indiferença eleitoral. Se o voto fosse facultativo e não obrigatório, teriamos, sem dúvida alguma uma grande abstenção, o que não é bom para a democracia.

11 de julho de 2008

Entrando num jogo perigoso

As críticas do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e a defesa do ministro da Justiça, Tarso Genro, sobre a operação da Polícia Federal que levou à prisão o banqueiro Daniel Dantas, o megainvestidor Naji Hahas, o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, e mais 14 pessoas, colocam o Judiciário e o Executivo num jogo muito perigoso, que seria uma crise institucional. Ninguém deseja que isso aconteça.

O presidente do STF criticou a "espetacularização" da operação, enquanto o ministro da Justiça fez a defesa da Polícia Federal ao afirmar que não houve abuso de poder na Operação Satiagraha da PF. O ministro disse ainda que "nunca ninguém reclamou" de algemas nos pobres.

A previsão é de um agravamento da crise, pelo menos em termos de relacionamento entre o Judiciário e o Executivo. E isto não é bom para o País, porque , em outras palavras, é entrar num jogo muito perigoso, que é uma crise institucional.

9 de julho de 2008

O eleitor ainda não acordou para a eleição

O eleitor ainda não acordou para as eleições municipais. A apatia é geral. Mais pelo descrédito da classe política perante a opinião pública. Uma das causas são as falcatruas associadas à impunidade.



O noticiário político, em muitos casos, passou a tomar conta da página policial, tal é o número de denuncias sobre a dilapidão do dinheiro público. Com isso, o eleitor fica indiferente ao processo eleitoral. Não quer saber nem quem é quem na disputa por um cargo eletivo .

Pode ser que o quadro daqui para frente mude um pouco. Mas vai depender muito da postura do candidato, do que ele propõe para a sociedade. Por enquanto, é só lorota, dai a apatia do eleitor. Ele, efetivamente, ainda não acordou para as eleições municipais de outubro.

Dissidência vai perdendo a sua força

Até a data da realização das convenções, a dissidência partidária fazia barulho, principalmente dentro do PT . De um lado, o prefeito Fernando Pimentel sustentando a candidatura do empresário Márcio Lacerda à sua sucessão e do outro lado, a dissidência, um grupo de petistas ligado aos ministros Patrus Ananias e Luis Dulci defendendo candidatura própria.

Houve de tudo: veto e outras coisas. Mas agora a situação vai mudando com a diluição da dissidência. O deputado André Quintão, que é ligado ao ministro Patrus Ananias, já declarou que não existe dissidência e que pretende seguir a orientação do seu partido.. Pode até não apoiar Márcio Lacerda. Mas não vai brigar contra ele.

No PMDB, a briga era entre os deputados Leonardo Quintão e Sávio Souza Cruz na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte. O primeiro ganhou a convenção e a tendência do grupo perdedor é apoiar o candidato vitorioso. O deputado Antônio Júlio, que defendida um candidato de oposição, já declarou que vai apoiar Leonardo Quintão.

O PV, inicialmente, tinha três candidatos, mas acabou decidindo por apoiar Márcio Lacerda, da coligação PT-PSB. O único que ainda tentou reagir foi o deputado estadual Délio Malheiros, que pretendia disputar a prefeitura. Mas só tinha o seu voto.

8 de julho de 2008

Lula não sobe no palanque de Lacerda

Com vários candidatos de sua base disputando a prefeitura de Belo Horizonte, o presidente Lula não vai subir no palanque do candidato Márcio Lacerda, da coligação PT-PSB, que terá o apoio do governador Aécio Neves e do prefeito Fernando Pimentel.

Durante a sua última visita a Minas, na cidade de Itajubá, Lula manifestou o desejo de subir no palanque do candidato Márcio Lacerda. Mas ele havia decidido com o vice-presidente José Alencar que não participaria da campanha nas capitais onde houvesse mais de um candidato de sua base disputando a eleição.

Não há nenhuma surpresa nisso. Já haviamos dito neste mesmo espaço que Lula não subiriria no palanque de Márcio Lacerda, tendo em vista que em Belo Horiozonte três partidos de sua base lançaram candidatos à sucessão de Pimentel: Jô Moraes, pelo PC do B, Leonardo Quintão, pelo PMDB, e Sérgio Miranda, pelo PDT.

Jô Moraes, que se apresenta como candidata capaz de polarizar com Márcio Lacerda, tem se comportado com muita lealdade em relação ao governo Lula. Foi de muita fidelidade com o presidente ao votar com o governo no caso do novo imposto que irá substituir a CPMF.

O PMDB tem sido muito importante para o governo no Congresso Nacional. Como então se comportaria o presidente Lula no processo sucessório em Belo Horizonte? Ninguém tem dúvida: Lula vai ficar em cima do muro.

6 de julho de 2008

Quem leva a maior fatia da minoria do PT?

O PT foi para o racha por causa da eleição em Belo Horizonte. Agora o racha é na dissidência petista, ou melhor, entre aqueles que ficaram contra a aliança do partido com o PSDB.
O ex-deputado Rogério Correia se posiciona contra o candidato apoiado pelo governador Aécio Neves e pelo prefeito Fernando Pimente, no caso, o empresário Márcio Lacerda.

Já o deputado André Quintão, que era contra essa aliança, nega a existência da dissidência e diz que seguirá os rumos do partido. Quintão é muito ligado ao ministro Patrus Ananias, que, igulamente, ficou contra a aliança.

Resta saber quem vai ficar com a maioria da minoria do PT nas eleições em Belo Horizonte. O candidato Márcio Lacerda, da coligação PT-PSB, ou Jô Moraes, do PC do B? Os dissidentes vão se reunir na segunda-feira, segundo informou o ex-deputado Rogério Correia.

4 de julho de 2008

Aécio não criou liderança

Aécio Neves vai cumprir o seu segundo mandato como governador de Minas sem ter criado uma liderança dentro do seu partido, o PSDB, para concorrer à sua sucessão em 2010. É possível que seja até por conveniência politica. Uma nova liderança poderia criar obstáculos ao seu projeto na próxima sucessão presidencial.

Não preparou também, dentro do seu partido, uma nova liderança para disputar a prefeitura de Belo Horizonte. Preferiu buscar um nome fora dos quadros do PSDB ao indicar como candidato o empresário Márcio Lacerda, do PSB.

No caso da sua sucessão em 2010, a estratégia do governador é uma aliança com o prefeito Fernando Pimentel. O primeiro concorrendo a presidência da República e Pimentel disputando o governo de Minas. Essa aliança caiu na informalidade agora com o veto da direção nacional do PT.

É quase certo que esse veto vai prevalecer em 2010, o que poderá atrapalhar o projeto político dos dois. Aécio não tem a certeza de que terá a legenda do PSDB para entrar na disputa presidencial, enquanto Pimentel tem como problema o ministro Patrus Ananias, que é também um postulante ao governo de Minas. É difícil, portanto, fazer qualquer previsão sobre o que poderá ocorrer em 2010.

2 de julho de 2008

Quadro partidário deteriorado

O resultado das convenções está mostrando a deterioração do sistema partidário brasileiro. Os partidos políticos, de um modo geral, decidem por influência dos governantes e da cúpula partidária. As bases nem sempre são ouvidas. Prevalece sempre a vontade do mais forte, daquele que tem a chave do cofre para liberar recursos e daquele que tem a caneta para fazer nomeações.

No caso da sucessão em Belo Horizonte, prevaleceu a vontade do governador Aécio Neves, que tem o controle quase que absoluto dos partidos políticos. Foi de sua iniciativa a indicação do empresário Márcio Lacerda, do PSB, para disputar a prefeitura de Belo Horiozonte, em parceria com o prefeito Fernando Pimentel.

Poderão alegar que Áecio decidiu em nome do PSDB. E decidiu mesmo. É possível que tenha consultado alguns líderes desse partido. Mas o que prevaleceu foi a sua vontade. Com isso, um partido da expressão do PSDB deixou de indicar candidato próprio numa cidade importante como Belo Horizonte.

O prefeito Fernando Pimentel seguiu o exemplo de Aecio e abraçou também a candidatura de Márcio Lacerda. O seu problema foi ter pela frente os ministros Patrus Ananias e Luis Dulci, que desde o inicio se insurgiram contra uma possível aliança PSDB-PT. O resultado foi o veto da direção nacional do PT a essa aliança com os tucanos. Mas no plano regional, prevaleceu também a vontade do prefeito Fernando Pimentel.

1 de julho de 2008

Lula sabe agradar a platéia

O presidente Lula é um artista. Por onde passa, ele dá o seu recado e agrada toda a plateia, seja ela constituida por trabalhadores ou não. Tem carisma e é um grande comunicador.

Mesmo com a inflação em alta corroendo o salário do trabalhador, Lula mantem a sua popularidade em alta.

Em Itajubá, o presidente agradou a plateia do governador Aécio Neves e do prefeito Fernando Pimentel ao dizer que apoiará Márcio Lacerda à prefeitura de Belo Horizonte, tendo ainda manifestado o desejo de subir no palanque do candidato.

Mas será que o presidente Lula subirá mesmo no palanque de Márcio Lacerda, tendo em vista que dois dos seus ministros, Patrus Ananias e Luiz Dulci, discordaram do processo de escolha do candidato da coligação PT-PSB e, provavelmente, ficarão na oposição?

É uma situação muito complicada. Mas, sinceramente, não acreditamos que o presidente Lula suba no palanque de Márcio Lacerda para não desagradar Patrus e Dulci, mesmo porque "palanque eleitoral" está fora de moda. O que dá visibilidade hoje ao candidato é a televisão.