30 de junho de 2011

Dilma já negocia no varejo



Ainda que não queira, a presidente Dilma Rousseff vai ter que negociar no varejo para obter o apoio de sua base de sustentação política no Congresso Nacional.

Ela até que tentou resistir, mas acabou cededendo e terá mesmo de negociar no varejo. O melhor exemplo foi a prorrogação do prazo para a liberação de emendas, de iniciativa parlamentar, ao Orçamento da União.

A presidente Dilma Rousseff não vai resistir também a pressão de sua base no preenchimento dos cargos do segundo escalão ainda não concluido..

A negociação no varejo enfraquece muito a presidente perante a opinião pública. Ninguém tem dúvida disso. Mas sem essa negociação, ela fica muito fragilizada no Congresso Nacional.

28 de junho de 2011

Os grandes partidos estão rachados

Os grandes partidos como o PSDB, PMDB, PT e outros mais estão rachados. O racha no PSDB foi responsável pela derrota de José Serra na sucessão presidencial. O PT que estava unido para eleger Dilma Roussef está agora dividido na composição do novo governo.

O PMDB também está dividido entre o grupo mais influente junto ao governo e aqueles que se julgam marginalizados em termos de participação na atual administração.

Até mesmo o PV rachou com a disposição da ex-senadora Marina Silva de deixar o partido. O DEM ficou menor com a desfiliação do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que está criando o PSD.
O PSB também tem problemas, já que o ex-ministro Ciro Gomes não está se entendendo bem com o governador pernambucano Eduardo Campos, que é o presidente do partido.

Mas não é apenas no plano nacional que os grandes partidos estão divididos. Aqui em Minas, o ex-governador Newton Cardoso está em pleno confronto com o presidente do PMDB, deputado Antônio Andrade. A bancada estadual não está unida. A maioria apoia o governador Antõnio Anastasia e outro grupo, tendo a frente Antônio Júlio está na oposição.

O PT continua dividido entre os grupos do ministro Fernando Pimentel e do ex-ministro Patrus Ananias. Apenas os tucanos dão mostra da unidade sob o comando do senador Aécio Neves.

Por aí se vê como é frágil o atual quadro partidário brasileiro. Só uma reforma política abrangente impondo regras rígidas em termos de convivência partidária poderá mudar o atual quadro. Não vai ser fácil.

26 de junho de 2011

Quem vai decidir a sucessão de Lacerda?

Quem vai influir decisivamente na sucessão do prefeito Márcio Lacerda? Ninguém tem dúvida alguma de que serão ouvidos o senador Aécio Neves, o governador Antônio Anastasia, o ministro Fernando Pimentel, o ex-ministro Patrus Ananias e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que é o presidente do PSB.

Todos eles caminham para defender a reeleição do prefeito Márcio Lacerda. Mais por falta de opção. O PT está rachado entre os grupos do ministro Fernando Pimentel e do ex-ministro Patrus Ananias e o PSDB não tem o chamado candidato natural.

A briga mesmo ficará por conta do vice do prefeito Márcio Lacerda entre os tucanos e os petistas. Mas a decisão ainda vai demorar um pouco, já que a eleição só será realizada em outubro do ano que vem. Até lá haverá muita movimentação.

O PC do B deve entrar na disputa com a deputada federal Jô Moraes e o PMDB, provavelmente, com o deputado federal Leonardo Quintão. Mas nenhum deles assusta o favorito Márcio Lacerda.

22 de junho de 2011

Apoio só com atendimento político

Volto a repetir: se a presidente Dilma Rousseff não negociar no varejo ela não terá o apoio de sua base de sustentação política no Congresso Nacional. Isto ficou constatado por ocasião da votação do Código Florestal na Câmara dos Deputados quando 410 dos 513 parlamentares disseram "não" às mudanças sugeridas pelo Planalto.

Negociar no varejo significa atender às postulações dos parlamentares como liberação de recursos provenientes de emendas de iniciativa parlamentar ao Orçamento da União, nomeações para cargos comissionados e outras pequenas coisas mais.

Até o momento, o governo ainda não atendeu aos partidos e aos parlamentares. O ex-ministro Hélio Costa, que perdeu o governo de Minas para Antõnio Anastasia, até hoje está desempregado. Ele chegou a ser cogitado para presidente de Furnas. Como não há unidade dentro do PMDB mineiro, ele acabou ficando de fora.

A briga entre os grupos do ministro Fernando Pimentel e do ex-ministro Patrus Ananias está inviabilizando as indicações do PT mineiro para cargos em Minas.

Nos demais Estados, a situação não é diferente. Vai depender do atendimento político para que a presidente Dilma Rousseff atenda às reivindicações dos partidos e dos parlamentares. Só que a presidente não é de negociar no varejo. O grande reste será a votação do Código Florestal pelo Senado. Mas se a proposta sofrer mudanças, ela terá que ser votada novamente na Câmara dos Deputados onde o governo perdeu feito.

20 de junho de 2011

Dilma está se distanciando do Lula?

A presidente Dilma Rousseff está se distanciando do ex-presidente Lula? Por enquanto não. Mas o ex-presidente já não influi decisivamente nas principais questões do governo. Lula teve o seu poder diminuido com a demissão de Antônio Palocci.

Em alguns atos, a presidente Dilma está na contramão do seu antecessor. Ela é mais discreta até mesmo no seu relacionamento com a imprensa, ao contrário do Lula, que gostava muito de aparecer na mídia.

A previsão é de que a presidente Dilma não concluirá o seu mandato com os atuais ministros, principalmente aqueles que foram indicados através de arranjos partidários. Resta saber se o ex-presidente Lula irá efetivamente apoiar a reeleição de Dilma Rousseff.

Neste momento, Lula ainda tem o controle do PT para apoiar a reeleiçao de Dilma ou para voltar ao Planalto em 2014. Tudo vai depender da evolução dos acontencimentos políticos.

19 de junho de 2011

Dilma vai ter que negociar no varejo

Para aprovar os projetos de interesse do Executivo, a presidente Dilma Rousseff terá que negociar no varejo com a sua base de sustentação política no Congresso Nacional.

Consequentemente, terá que ceder às pressões dos congressistas em suas reivindicações. A principal delas é a liberação das verbas originárias de emendas parlamentares ao Orçamento da Uniao.

E os parlamentares estabeleceram uma data para a liberação de tais recursos: até o próximo dia 30. Tudo indica que o governo vai acabar atendendo aos parlamentares, pois só assim será possível aprovar as propostas do Executivo.

Mas o verdadeiro teste em termos de relacionamento governo e sua base política no Congresso Nacional será a votação do Código Florestal. Sem o atendimento político, o governo sofreu uma grande derrota na Câmara dos Deputados. A votação agora será no Senado onde o governo espera aprovar mudanças no projeto. Mas para isso terá que negociar no varejo.

16 de junho de 2011

Futuro incerto do governador Anastasia

Não podendo disputar a reeleição em 2014, o governador Antônio Anastasia, politicamente, tem futuro incerto. Pode ser que dispute o Senado. Neste caso teria que desincompatibilizar-se, afastando assim do governo. Assumiria a sua vaga o vice-governador Alberto Pinto Coelho, que tem projeto para concorrer ao governo de Minas em 2014.

Mas se o senador Aécio Neves viabilizar a sua candidatura à presidência da República, Anastasia cumpriria integralmente o seu mandato para dar sustentação política ao ex-governador. Se isto ocorrer, o vice-governador Alberto Pinto Coelho passaria a ser uma boa opção ao governo de Minas em 2014.

Antes de 2014, vamos ter as eleições municipais e a sucessão do prefeito Márcio Lacerda terá implicações na eleição para governador. Reeleito, Márcio Lacerda será peça importante na sucessão estadual. Mas ainda é muito cedo para fazer uma melhor avaliação sobre as eleições municipais do ano que vem e sobe a sucessão estadual de 2014.

15 de junho de 2011

Clésio Andrade está muito assanhado

Clésio Andrade só chegou ao Senado porque estava na garupa do falecido senador Eliseu Resende na condição de suplente. Agora, ele quer se transformar em um dos porta-vozes da presidente Dilma Rousseff em assuntos de interesses de Minas.

Mas o seu verdadeiro objetivo é cutucar o governador Antônio Anastasia e o senador Aécio Neves quando fala sobre os investimentos do governo federal em nosso Estado.

Falta-lhe, no entanto, apoio político do seu próprio partido em Minas, o PR . Isto ficou demonstrado por ocasião das últimas eleições. Clésio, como presidente do PR, queria que o seu partido apoiasse Hélio Costa ao governo de Minas, mas a maioria optou pelo nome do governador Antônio Anastasia.

Teve que renunciar à presidência do PR mineiro para não ser destituido do cargo. Caiu no ostracismo. Ganhou folêgo ao assumir o cargo de senador com a morte de Eliseu Resende. Está agora muito assanhado.

14 de junho de 2011

PSDB e PT na disputa pela vice de Lacerda



Os tucanos e os petistas não vão com candidatura própria à prefeitura de Belo Horizonte nas eleições do ano que vem. A briga entre os dois partidos é pela vice na chapa encabeçada pelo prefeito Márcio Lacerda, do PSB. Mais por falta do chamado candidato natural.

Do lado do PT, seriam candidatos naturais o ministro Fernando Pimentel e o ex-ministro Patrus Ananias. O primeiro quer mesmo é o Palácio da Liberdade, em 2014, enquanto Patrus não deseja voltar à prefeitura de Belo Horizonte.

O outro problema é o racha no partido entre os grupos de Pimentel e do Patrus. O caminho então é apoiar a reeleição de Márcio Lacerda, tendo como vice um petista.

Os tucanos não têm também o chamado candidato natural, tendo em vista que os parlamentares mais votados em Belo Horizonte, Eduardo Azeredo e João Leite ,não desejam entrar na disputa.

Diante desse quatro, o prefeito Márcio Lacerda prefere não entrar nessa discussão, ou melhor, ficar em cima do muro, à espera do apoio dos tucanos e dos petistas.

13 de junho de 2011

O êxito da nova minisra depende do atendimento político

A nova ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, foi uma indicação pessoal da presidente Dilma Rousseff. Ela não seria indicada pelo PT e nem pela base do governo no Congresso Nacionalpor causa do seu estilo "trator".

Numa área muita sensivel, a política, a nova ministra terá dificuldades em sua ação de coordenadora política em nome do governo junto ao Congresso Nacional.

O êxito de seu trabalho vai depender do atendimento político. Não pode ser uma ministra de apenas receber recado. Tem de apresentar resultados. O seu antecessor, Luiz Sérgio, fracassou porque não resolveu os problemas pendentes dos parlamentares governistas.

A nova ministra, no entanto, está prometendo melhorar o atendimento político. Vamos esperar.t

8 de junho de 2011

Dilma se isola politicamente

A demissão do ministro Antônio Palocci isola politicamente a presidente Dilma Rousseff. Pelo menos por enquanto. Palocci coordenava todas as ações do governo, além de ser o interlocutor da presidente junto ao Congresso Nacional.

O substituto de Palocci na Casa Civil é a senadora petista Gleisi Hoffmann. Mas a sua missão na Casa Civil não será política. Será uma gerente, a exemplo de Dilma Rousseff no governo do presidente Lula.

Consequentemente, a presidente Dilma dentro do governo fica sem um interlocutor junto a sua base de sustentação política no Congresso Nacional.

Um outro detalhe envolvendo a demissão de Palocci: ele tinha o respaldo do ex-presidente Lula para continuar no cargo, o que significa menos influência do ex-presidente no atual governo. A nomemação da senadora petista para a Casa Civil foi uma escolha pessoal da presidente Dilma Rousseff.

6 de junho de 2011

PSDB e PSB vão com Márcio Lacerda

Tudo está caminhando para um acordo de cúpula entre o PSDB e o PSB para a reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, nas eleições do ano que vem.

O senador Aécio Neves, que tem o controle hoje do PSDB, tem mantido conversações com o principal líder do PSB, que é o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

A conversa não gira em torno da próxima sucessão presidencial, porque o senador mineiro e o governador pernambucano são postulantes à sucessão de Dilma Rousseff. Essa conversa fica para depois.

No momento, o objetivo é selar um acordo entre os dois partidos para reeleger o prefeito Márcio Lacerda.

E como fica o PT? Uma facção do partido defende candidatura própria sem ter o chamado candidato natural, porque o ex-ministro Patrus Ananias não deseja voltar a prefeitura de Belo Horizonte. Já o ministro Fernando Pimentel tem como projeto principal o Palácio da Liberdade.

Por ser muito partidário, Patrus até que iria para o sacrifício se a decisão vir de cima para baixo, a exemplo do que ocorreu com a sua indicação para vice de Hélio Costa na disputa pelo governo de Minas.

A tendência do PT é apoiar a reeleição do prefeito Márcio Lacerda, mas sem a presença do PSDB. Aí é que surge o problema. Ao parfeito, interessa sim o apoio dos dois paratidos, PSDB e PT. Por esta razão, no atual estágio da sucessão municipal, Márcio Lacerda vai ficar em cima do muro.

4 de junho de 2011

Palocci não foi convincente

Na entrevista que concedeu ao Jornal Nacional para se defender das denuncias de que teria aumentado ilegalmente o seu patrimônio, o ministro Antônio Palocci, da Casa Civil, não foi convincente.

É possível que o cidadão menos esclarecido não tenha entendido bem as explicações do ministro. Para o mais esclarecido, Palocci pouco acrescentou. Já a oposição considerou a fala do ministro um desastre, já que não apresentou nenhuma justificativa para explicar o crescimento de seu patrimônio.

Só os govenistas consideraram a entrevista positiva. Mas a crise vai continuar porque a oposição vai insistir na convocação do ministro para que ele preste mais esclarecimentos sobre o crescimento de seu patrimônio.

2 de junho de 2011

É o próprio governo alimentando a crise no caso Palocci

É o próprio governo que está alimentando a crise no caso Palocci não permitindo que o ministro compareça ao Congresso Nacional para explicar as denuncias de que teria aumentado ilegalmente o seu patrimônio.

O não comparecimento de Palocci dá munição à oposição para continuar cobrando explicações do ministro. É uma estratégia equivocada.

A presença do ministro ao Congresso Nacional encerraria a discussão, ainda que Palocci não fosse convicente em suas explicações.

Por aí se vê que a base do governo está fazendo o jogo da oposição, não permtindo que o ministro dê explicações aos parlamentares.

1 de junho de 2011

Dilma enfraquecida e PMDB fortalecido

As denuncias contra o ministro Antônio Palocci enfraqueceram muito a presidente Dilma Rousseff. Tida como durona, ela ainda resiste às pressões para afastar o ministro que é acusado de ter aumentado ilegamente o seu patrimônio.

A fragilidade da presidente ficou exposta por ocasião da votação do Código Florestal, quando 410 dos 513 deputados disseram não ao Planalto, aprovando assim o projeto que não é do agrado do governo.

A situação se agravou ainda mais depois que o ministro Antônio Palocci ameaçou demitir os ministros do PMDB caso a sua bancada votasse contra o governo. O vice-presidente Michel Temer reagiu e a presidente teve que contornar a trapalhada do Palocci.

Mas ninguém tem dúvida de que Palocci agiu em nome da presidente Dilma Rousseff. Com isso, ela ficou mais enfraquecida e o PMDB se fortaleceu ainda mais no governo.