28 de dezembro de 2020

Esquerda alijada do comando do Congresso

 O deputado Rodrigo Maia foi eleito por duas vezes presidente da Câmara dos Deputados com o apoio de uma base parlamentar conservadora. Impedido agora de disputar mais uma reeleição por decisão do Supremo Tribunal Federal, Rodrigo Maia defende uma aliança com os partidos de esquerda para derrotar o candidato do governo, o deputado Arthur Lira, líder do Centrão.

Essa aliança com os partidos de esquerda pode representar um risco político para o atual presidente da Câmara dos Deputados, porque a sua base de sustentação política é conservadora. Consequentemente, Rodrigo Maia caminha para o isolamento, ainda que o seu candidato, deputado Baleia Rossi, seja o vitorioso na disputa com Arthur Lira.

Baleia Rossi é o atual presidente nacional do MDB e sofre restrições por parte do PT pelo fato de ter sido um dos líderes pela cassação do mandato da presidente Dilma Rousseff. Não é, portanto, um parlamentar de esquerda.

Dentro desse cenário, o que se observa é que a esquerda mais uma vez fica alijada do comando da Câmara dos Deputados, a prevalecer a disputa entre Baleia Rossi e Arthur Lira.

Em relação ao Senado, ainda não há uma definição. O atual presidente, Davi Alcolumbre, quer como seu sucessor o senador mineiro Rodrigo Pacheco. A eleição nas duas casas do Congresso Nacional será no dia primeiro de fevereiro.

23 de dezembro de 2020

Baleia Rossi vai enfrentar Arthur Lira

 Agora é oficial: o deputado Baleia Rossi, lider da bancada do MDB, vai enfrentar o líder do Centrão, Arthur Lira na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, em eleição marcada para o dia primeiro de fevereiro.

Rossi é o candidato do grupo de 11 partidos e do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia.O seu maior adversário é a possível traição de parlamentares de alguns desses partidos. O PT, por exemplo, não vai unido para apoiar o parlamentar do MDB.

O deputado Agnaldo Ribeiro, do PP, postulava também a presidência da Câmara, mas  abriu mão para o candidato Baleia Rossi.

É difícil, neste momento, fazer qualquer previsão sobre o resultado da eleição. Arthur Lira tem o respaldo do Planalto, enquanto Baleia Rossi é apoiado pelo atual presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia e mais 11 partidos. 


Um Supremo dividido

 Em certa época era difícil saber antecipadamente  o voto de um ministro do Supremo Tribunal Federal.  Agora não. O STF, em algumas questões políticas, está dividido.

Os ministros mais políticos, Alexandre Moraes, Gilmar Mendes, Ricardo Lewondowski e Dias Toffoli, são minoria, mas incomodam, principalmente o governo. 

Já o grupo mais técnico, Luiz Fux, Edson Fachin, Luiz Roberto Barroso, Rosa Weber e Carmen Lúcia, tem se comportado realmente como juizes. Já o ministro Marco Aurélio de Melo é sempre uma incógnita na hora de dar o seu voto. Está próximo de uma aposentadoria.

O único ministro indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, Kassio Nunes Marques não tem criado problemas para o governo. Ainda não dá para analisar o seu desempenho.

Dos 11 ministros, 7 foram indicados e nomeados pelos ex-presidentes Dilma Rousseff e Luis Inácio da Silva, do PT: Edson Fachin, Luiz Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux,, Carmen Lucia, Ricardo Lewondowski e Dias Toffoli.

Gilmar Mendes foi indicado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso; Alexandre de Moraes pelo então presidente Michel Temer; Marco Aurélio de Melo pelo presidente Fernando Collor; Kassio Nunes Marques pelo atual presidente Jair Bosonaro.

Há um movimento para que a indicação de ministros do Supremo Tribunal não seja da responsabilidade do presidente da República. É um assunto polêmico e dificilmente vai avançar no Congresso Nacional. O atual critério é político e não jurídico.




18 de dezembro de 2020

Rodrigo Maia não definiu o seu candidato

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, ainda não definiu o candidato do seu grupo à sua sucessão. Está entre Agnaldo Ribeiro, do PP-PB, e Baleia Rossi, do PMDB. O PT, que detém a maior bancada, decidiu que vai apoiar o candidato do grupo de Rodrigo Maia.

O outro candidato, apoiado pelo Planalto, é o deputado Arthur Lira, líder do Centrão. A disputa está muito radicalizada, por causa da briga entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

Tendo em vista que a votação é secreta, a previsão é de muita traição. Rodrigo Maia trabalha intensamente para fazer o seu sucessor,  a fim de continuar influindo nas decisões da Câmara. Não vai ser fácil, porque a sua força era o poder, na condição de presidente do Legislativo. 

Neste momento, é difícil fazer qualquer previsão sobre o resultado da eleição, ainda mais com o radicalismo patrocinado pelo presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

IMPEACHMENT

Em entrevista a Revista Veja, o ministro Paulo Guedes, da Economia, denunciou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e governadores de tramarem o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. 

A denuncia é grave e precisa ser apurada.Ao ser indagado sobre o plano, Rodrigo Maia apenas riu. Sabe-se que um dos possíveis golpistas seria o governador de São Paulo, João Doria.

11 de dezembro de 2020

A interferência do governo na sucessão do Congresso

 Para a grande mídia, o presidente Jair Bolsonaro quer interferir na eleição do Congresso Nacional, Câmara e Senado, prevista para o dia primeiro de fevereiro.

O objetivo do governo é apoiar o candidato Arthur Lira à presidência da Câmara e derrotar o indicado pelo atual presidente Rodrigo Maia. 

O presidente Jair Bolsonaro,por sua vez,  segundo os seus interlocutores, nega que esteja interferindo na sucessão do Congresso Nacional. Mas deve estar interferindo, porque Rodrigo Maia se tornou o maior opositor do governo. Consequentemente, o  desejo de Bolsonaro é que o deputado Arthur Lira seja o vitorioso.

Quando a interferência é declarada publicamente, o governo corre o risco de ser derrotado, em nome da independência dos poderes.. Mas não é o caso do Bolsonaro, já que ele continua negando a sua participação no processo sucessório do Congresso Nacional.

É bom lembrar que em Minas, o então governador Aureliano Chaves tentou interferir na eleição do presidente da Assembleia Legislativa ao anunciar publicamente que o seu candidato era o deputado Dênio Moreira, mas o vitorioso acabou sendo o deputado João Ferraz. Esse apoio declarado foi a causa da derrota de Dênio Moreira.

Qualquer que seja o futuro presidente da Câmara dos Deputado, a sua postura deve ser de absoluta correção, sem beneficiar governo ou oposição.Infelizmente, Rodrigo Maia preferiu seguir outro caminho e corre o risco de seu candidato ser derrotado

No Senado, parece que a disputa será mais tranquila, já que o atual presidente, Davi Alcolumbre não radicalizou com o governo. Mas de qualquer maneira haverá disputa..

10 de dezembro de 2020

Derrota eleitoral é uma doença grave

 Para o político, a derrota eleitoral é uma doença grave, gravíssima. O paciente, no caso o político, demora a se recuperar. Não a absolve em curto prazo. Em alguns casos, acaba indo para o hospital.

A ex-presidente Dilma Rousseff, depois da derrota para o Senado em Minas Gerais, desapareceu do noticiário político. Ainda não absolveu a derrota eleitoral.Lula só não pegou a doença porque conseguiu fazer o seu sucessor, Dilma Rousseff.

Aureliano Chaves perdeu o entusiasmo pela política depois de sua derrota eleitoral.Fernando Henrique Cardoso demorou também a se recuperar. Outro que ainda não se recuperou da doença eleitoral é o ex-prefeito Pimenta da Veiga.

No caso de parlamentares, houve um caso em que um deputado foi parar no hospital depois que ficou sabendo que não tinha conseguido a reeleição.

A sucessão no Congresso Nacional, prevista para primeiro de fevereiro, vai deixar alguma sequela. O derrotado vai pegar a doença. Eu não tenho dúvida. É só esperar.

SUCESSÃO NO CONGRESSO

O deputado Arthur Lira, líder do Centrão, já declarou que é candidato à presidência da Câmara dos Deputados. O atual presidente, Rodrigo Maia, ainda não anunciou o nome do postulante à sua sucessão. Está entre Agnaldo Ribeiro, do PP-PB, e Baleia Rossi, do PMB-SP e presidente nacional da legenda.

No Senado, o senador mineiro Rodrigo Pacheco tem o apoio de Davi Alcolumbre para presidir a instituição. Ele já teve uma conversa com o presidente Jair Bolsonaro, levado pelo atual presidente do Senado Também o senador Antônio Anastasia é falado para ser o sucessor de Alcolumbre..

9 de dezembro de 2020

Dória caminha para o isolamento

 Com a sua postura de querer ser o dono da vacina contra a covid-19, o governador de São Paulo, João Doria, está no caminho do isolamento em relação aos demais governadores.

Ele anunciou para o dia 25 de janeiro o inicio da vacinação em seu Estado com a coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e pelo Instituto Butantan. Essa vacina ainda não foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os demais governadores, em sua maioiria, no entanto, entendem que a coordenação geral da vacinação deve ficar com o Ministério da Saúde. O ministro Eduardo Pazuello, por sua vez, anunciou que o governo federal compra qualquer vacina com registro na Anvisa. Admitiu também que, em caráter emergencial, poderá iniciar a vacinação ainda este mês ou em janeiro

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que é médico, foi o primeiro a se manifestar contra o governador de São Paulo. Ele entende que a coordenação deve ficar com o governo federal, no caso, o Ministério da Saúde.

Dentro dessa mesma linha, se  manifestou o governador petista Welligton Dias, do Piau. Já o seu colega do Maranhão, Flávio Dino, do PC do B, entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal pedindo autorização para adquirir a vacina.

O fato é que estão politizando a vacina contra a covid-19, o que, alíás, é um absurdo. O que está em jogo é a saúde do brasileiro. Infelizmente, o governador de São Paulo só está pensando em 2022, quando pretende disputar a presidência da República. O presidente Jair Bolsonaro está contribuindo também para a politização da vacina.

Já o governador João Dória, desgastado com alguns governadores, preferiu não falar sobre a vacinação contra o coronavírus.

MAIA

Já o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, fez duras críticas ao governo , numa possível interferência de Bolsonaro na sucessão do Legislativo.Sem citar o nome do candidato à sua sucessão, Rodrigo Maia disse que o escolhido vai representar uma Câmara livre, sem qualquer interferência do governo ou do Judiciário. O concorrente será o deputado Arthur Lyra, líder do Centrão, com o respaldo do Planalto.



7 de dezembro de 2020

Chega ao fim o reinado de Rodrigo Maia

 Está chegando ao fim o reinado do deputado Rodrigo Maia como presidente da Câmara dos Deputados. Ele não poderá disputar a reeleição, por decisão do Supremo Tribunal Federal (7 A 4), com base  na Constituição Federal, paragrafo 4, do artigo 57,que  proíbe que um parlamentar ocupe a presidência da Câmara e do Senado por dois mandatos consecutivos em uma mesma legislatura. É o caso do deputado Rodrigo Maia. Mas ele, nos bastidores, trabalhou, obsessivamente, para que o STF permitisse  a sua reeleição.

Está impedido também de disputar a reeleição à presidência do Senado, por 6 a 5 votos, Davi Alcolumbre, que teria o respaldo do Planalto. .

No caso do senador Davi Alcolumbre,  a situação é diferente porque tentava a reeleição pela primeira vez. Além disso, não sofre restrições por parte do Planalto.

Contrariando a Constituição,  votaram pela reeleição de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre os ministros Gilmar Mendes (relator),  Dias Toffoli,  Ricardo Lewandowski e Alexandre de Moraes.Já o ministro Nunes Marques votou a favor apenas pela recondução de Alcolumbre, mas não da de Maia. Votaram contra a reeleição Marco Aurélio, Cármen Lúcia , Rosa Weber, Luiz Fux, Roberto Barroso e Edson Fachin. .Placar final: 7 a 4 contra a reeleição de Rodrigo Maia e 6 a 5 contrários a recondução de Alcolumbre.

Rodrigo Maia sempre ficou contra a maioria das propostas do governo. Entrou em conflito com o presidente Jair Bolsonaro e com o ministro Paulo Gudes. Por isso mesmo, o Planalto ficou contra a sua reeleição. Agora ele  tem até o dia primeiro de fevereiro para fazer a limpeza das gavetas, quando será realizada a eleição..

.Na Câmara dos Deputados, há um  nome na disputa pela presidência da Casa. É o atual líder do Centrão, deputado Arthur Lyra. Ele teria o respaldo do Planalto, embora o presidente Jair Bolsonaro já declarou que não interfere na eleição, marcada para primeiro de fevereiro.

Rodrigo Maia, por sua vez, deverá articular um outro nome capaz de sucedê-lo. Não vai ser fácil. A sua força era o Poder na condição de presidente da Câmara dos Deputados. Agora, perdeu força e terá pouca influência na eleição da Mesa da Casa.