30 de maio de 2007

Ministério Publico e Polícia Federal em conflito

A previsão é de um conflito entre o Ministério Público e a Polícia Federal caso prevaleça a resolução do Conselho Nacional do MP que permite a seus membros abrirem procedimentos investigatórios sobre supostas irregularidades que tenham ocorrido no exercício da atividade policial. Essa resolução significa o controle externo da Polícia Federal por parte do Ministério Público Federal. O objetivo não é outro senão conter os possíveis excessos da PF e que teriam ocorrido na Operação Navalha, na avaliação de algumas lideranças partidárias e do Judiciário. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, chegou a tachar de canalhice o envolvimento de seu nome de que teria recebido presente da construtora Gautama. Mas ninguém pode negar o trabalho importante que a Polícia Federal vem realizando no combate à corrupção no País, o mesmo ocorre com o Ministério Público Federal. São duas instituições que deveram trabalhar juntas na aplicação rigorosa da lei. É possível que com essa nova resolução elas entrem no caminho de um conflito perigoso. A Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal já admite questionar essa resolução perante o Supremo Tribunal Federal. Já a Ordem dos Advogados do Brasil pretende se manifestar sobre o assunto no próximo dia 18. É matéria que mexe com os três Poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - e interessa a todo cidadão brasileiro. O difícil é prever o seu desfecho, ainda mais depois da liberação do dono da Gautama e do afastamento de três delegados da Polícia Federal por decisão do Supremo Tribunal Federal. O clima é realmente de muita tensão.

29 de maio de 2007

Defesa de Renan não diminui a tensão

Entre os congressistas, governistas e não governistas, ainda há muita tensão no Congresso Nacional mesmo depois do discurso em que o senador Renan Calheiros procurou se defender das denuncias de que teria recebido dinheiro de um lobista da Mendes Junior para pagamento de aluguel e de pensão de uma jornalista com quem teve um filho. Renan garantiu que o pagamento foi feito com seus próprios recursos. Mas deixou algumas dúvidas, porque não apresentou todos os comprovantes do pagamento. Mas se depender dos senadores, o assunto está encerrado. Isso ficou demonstrando após o seu pronunciamento. Recebeu solidariedade até de oposicionistas.O maior receio é de que possam surgir novas denuncias contra o senador alagoano. É possível até que o Renan seja ouvido pela Comissão de Ética do Senado que será instalada amanha. Mas vai depender muito da evolução da crise instalada em Brasília. O clima ainda é de muita tensão.

25 de maio de 2007

Aécio segura o PMDB

O deputado Antônio Júlio, do PMDB, ocupou a tribuna da Assembléia Legislativa, para criticar o governo de Aécio Neves. Ele fez referências aos gastos que o governo terá com a construção do Centro Administrativo do Estado, na Pampulha. No dia seguinte, o deputado peeemedebista foi o único parlamentar a ser convidado para o almoço que o governador ofereceu no Palácio das Mangabeiras aos presidentes das Assembléias Legislativa. Antônio Júlio disse que foi convidado na condição de ex-presidente do Legislativo. A bancada do PMDB na Assembléia Legislativa vem adotando uma linha de relativa independência em relação ao governo do Estado. Os mais críticos têm sido Antônio Júlio e Adalclever Lopes. O primeiro ficou furioso com o governo por causa da exoneração de um diretor do Departamento de Estradas de Rodagem que foi indicado pelo parlamentar peemedebista. Uma coisa é certa: o governador continua segurando o PMDB.

22 de maio de 2007

Foi uma jogada de Aécio

Foto: Guilherme Bergamini, Almg.

O encontro entre os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Itamar Franco foi uma jogada do governador Aécio Neves. E jogou bem. Só que o jogo ficou mais restrito a Minas Gerais. A imprensa nacional não deu destaque a esse encontro. São ex-presidentes. Portanto, sem poderes. Mas ao governador Aécio Neves interessa sim a união de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. O primeiro, Itamar, por ser intocável sob o aspecto ético e o segundo, FHC, pelo fato de ser um dos poucos tucanos que está sendo coerente com o resultado das últimas eleições: faz oposição mesmo ao governo do presidente Lula. A união dos dois, Itamar e FHC, dá um suporte muito grande ao governador Aécio Neves de chegar a presidência da República em 2010. Só que o ex-presidente FHC é de São Paulo e está mais próximo do governador José Serra, que postula também a presidência da República em 2010. O racha dentro do PSDB, portanto, será inevitável. Itamar, por ser conhecido nacionalmente, pode ajudar Aécio , que ainda é desconhecido fora das fronteiras de Minas, principalmente no Nordeste. Mas o jogo ainda não terminou. Está apenas começando. A previsão é de muita canelada por ser um jogo muito bruto.

20 de maio de 2007

O sequestro do ex-governador Rondon Pacheco

Foto: Helena Leão, ALMG
Até o ex-governador de Minas, Rondon Pacheco, foi vítima de um sequestro em sua cidade, Uberlândia, no Triângulo Mineiro. O fato ocorreu no mês passado quando o ex-governador, juntamente com o seu genro Tadeu, se dirigia à sua fazenda a 30 quilômetros de Uberlândia. Quatro assaltantes mascarados dominaram a camioneta que era dirigida pelo seu genro, fizeram inúmeras ameaças e deixaram o ex-governador sozinho num matagal. Ele teve que percorrer a pé vários quilômetros para chegar a uma fazenda mais próxima onde foi reconhecido por um caseiro e levado depois para a sua cidade. Os sequestradores, que ainda estão foragidos, não levaram nenhum objeto de valor a não ser a camioneta que foi encontrada uma semana depois na rodovia que liga Uberlândia a Prata. O ex-governador Rondon Pacheco, que já completou 88 anos de idade, residia no Rio de Janeiro e depois fixou residência em Uberlândia onde se encontra no momento. O seu irmão, Mário Pacheco, que reside em Belo Horizonte, confirmou o sequestro e disse que o ex-governador passou por maus momentos sob o domínio dos sequestradores. Mário Pacheco lembrou que há mais tempo Rondon foi vítima de um assalto em sua fazenda, quando foi roubado um trator e que mais tarde foi econtrado na Bahia. O curioso é que um sequestro de um ex-governador de Minas, que é muito conhecido nacionalmente, não tenha sido noticiado pela imprensa escrita, falada e televisada. É isto aí.

18 de maio de 2007

O racha ficou para novembro

A indicação do senador Eliseu Resende para presidente a Comissão Provisória do DEM em Minas (antigo PFL) apenas adiou para novembro o racha na legenda quando o partido realiza a sua convenção estadual. O partido continua o mesmo: fraco e rachado. Estavam na disputa pela presidência da Comissão Provisória os deputados federais Carlos Melles e Vitor Penido. Como não chegaram a um entendimento, a direção nacional do DEM decidiu indicar o senador Eliseu Resende, que era o presidente do PFL mineiro.

Furnas

O acerto entre o presidente Lula e o dirigente peemedebista Michel Temer para a nomeação do ex-prefeito do Rio de Janeiro, Luiz Paulo Conde, para a presidência de Furnas, não agradou a um grupo de senadores do PMDB, a começar pelo presidente do Senado, Renan Calheiros. E é exatamente no Senado onde o governo tem uma maioria muito fragilizada.

17 de maio de 2007

Lula segura a sucessão

Foto de Ricardo Stuckert/PR

Ao declarar na entrevista à imprensa de que não tentará um terceiro mandato e que o seu candidato à sua sucessão pode sair da base de sustentação política do seu governo, o presidente Lula, estrategicamente, conseguiu o seu objetivo, que é o de segurar a sucessão presidencial. Evitar o debate agora e que poderia afetar a sua base no Congresso Nacional, além de prejudicar a administração. Ao afirmar, enfaticamente, que não disputará mais uma reeleição, o presidente Lula agradou a oposição, que neste momento, se acomoda ainda mais em relação ao seu governo. Se declarasse que o seu candidato poderia sair do seu partido, o PT, Lula, neste momento, estaria convivendo com uma verdadeira rebelião nos demais partidos que fazem parte da coalizão. A fala do presidente Lula abre até perspectivas para que o governador Aécio Neves seja o seu candidato caso Aécio deixe o PSDB para ingressar num partido da base do governo. Em 1964, Lacerda, Jango e JK eram adversários ferrenhos. Depois se uniram numa Frente Ampla para derrubar a ditadura. Por ai se vê que em política, tudo é possível, quando está em jogo o poder.

16 de maio de 2007

A briga entre Serra e Aécio

A troca de amabilidades entre os governadores José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas, é apenas para disfarçar uma briga de foice que os dois travam nos bastidores na disputa pela presidência da República em 2010. Por mais hábeis que sejam, não dá para esconder mais essa briga que caminha para um confronto direto. Neste momento, quem se movimenta mais é o governador Aécio Neves. Não pára. Quando não viaja para o exterior levando alguns governadores, ele está no Rio de Janeiro, Brasília ou São Paulo fazendo contatos políticos. A administração fica por conta do vice-governador Antônio Anastasia. Aécio ja conversou com o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, dando a entender que esse partido pode ser a sua opção para concorrer à presidência da República se sentir que não terá a legenda do PSDB
para entrar na disputa. Mas é um risco que ele corre num partido cheio de caciques. Itamar Franco é o melhor exemplo. Tinha voto para ser senador, mas não teve a legenda do PMDB para entrar na disputa.
O governador José Serra também se movimenta para ter o controle absoluto do PSDB. Leva uma certa vantagem pelo poderio econômico de São Paulo. Não é à toa que Aécio tem se reunido com empresários daquele Estado. A declaração do presidente Lula, por sua vez, de que não tentará mais um mandato e que poderá apoiar um candidato da base do governo é mais um ingrediente nesse nebuloso processo sucessório presidencial. Quem se fortalece mais com a declaração de Lula é o PMDB, por ser o maior partido da base do governo no Congresso Nacional. Mas neste momento, é difícil fazer qualquer previsão sobre a sucessão presidencial de 2010.


Imagem retirada do Site: http://cidadesdobrasil.com.br/cgi-cn/news.cgi?cl=099105100097100101098114&arecod=25&newcod=828

15 de maio de 2007

A sucessão em Minas

Da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, são quatro os postulantes à sucessão do governador Aécio Neves: ministros Hélio Costa, Walfrido dos Mares Guia e Patrus Ananias e o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel. Um deles, provavelmente, será o futuro governador do Estado, tendo em vista que da base do governador Aécio Neve não existe por enquanto nenhum candidato de referência eleitoral. Nem o governador trabalha por uma candidatura própria do seu partido, o PSDB. Joga mais numa possível candidatura de Fernando Pimentel. Mas não depende dele apenas. Depende muito do posicionamento do presidente Lula. A briga, portanto, ficará restrita a esses quatros candidatos. O que tiver a preferência do presidente Lula será o candidato. E vai ser mesmo Lula que irá decidir em última instância.Os tucanos estão também carentes de candidatos à prefeitura de Belo Horizonte nas próximas eleições. O de maior densidade eleitoral em BH, o deputado João Leite, já perdeu duas eleições e está fora do baralho. Os democratas pretendem investir no deputado Gustavo Valadares e o PMDB no federal Leonardo Quintão. Já o PT trabalha com o nome do deputado Roberto Carvalho, que é muito ligado ao prefeito Fernando Pimentel e tem boa aceitação junto às bases do partido. O outro nome seria o do ministro Luiz Dulci, que pode ser forte, partidariamente, mas é fraco, eleitoralmente. Mas ainda é muito cedo par uma avaliação melhor sobre a sucessão l em Minas. Na sua primera entrevista este ano à imprensa, o presidente Lula disse que não vai tentar um terceiro mandato em 2010 , criticou a reeleição e defendeu um mandato de cinco anos para o presidente da República. Mas em política, tudo e possivel. Vai depender do momento político.

14 de maio de 2007

A proibição de bebidas alcoólicas nas estradas

O governo federal está querendo proibir a venda de bebidas alcoólicas em bares e restaurantes às margens das rodovias. É uma proposta do ministro da Saúde, José Gomes Temorão, e que será incluida no PAC da Segurança. O objetivo é reduzir o número de acidentes nas estradas brasileiras e que custam ao País anualmete R$ 22 bilhões.
Seria uma medida importante se ela fosse para valer e para ser cumprida rigorosamete. Mas nada disso ocorrerá, por falta de fiscalização. Aqui em Minas, por exemplo, existe uma lei estadual proibindo a venda de bebidas alcoólicas às margens das nossas estradas. Mas ela jamais foi cumprida e nem mesmo regulamentada. É uma lei morta. Para evitar acidentes, existe uma outra lei, de autoria do então deputado Ronaldo Vasconcelos, hoje vice-prefeito de Belo Horizonte, e sancionada pelo govenador Eduardo Azeredo, que obrigava os veículos usarem faroes acesos durante o dia em nossas estradas. Essa experiência deu bons resultados em alguns Estados. Mas em Minas, lamentavelmente, essa lei nem foi regulamentada. Agora, vem o governo federal com a iniciativa de proibir a venda de bebidas alcoólicas ao longo das nossas rodovias. Seria uma boa proposta se ela fosse mesmo para valer.

Dividindo o desgaste

O recente aumento salarial dos parlamentares era um dos objetivos das lideranças partidárias. Mas o objetivo maior é a equiparação de seus salários com a dos ministros do Supremo Tribunal Federal, o que significa, na prática, dividir o desgaste entre essas duas instituições, o Congresso Nacional e o Judiciário, perante a opinião pública. Aprovada a equiparação, o que deverá ocorrer até o fim do ano, a iniciativa de qualquer reajuste salarial dos parlamentares e dos ministros do STF passa a ser do Legislativo ou do Judiciário. O mais grave de tudo isso é o chamado efeito cascada do reajuste, por causa da vinculação salarial. Os magistrados, nos Estados, por exemplo, ganham 90,25% do que percebem os ministros do STF. Os deputados estaduais percebem 70% do salário do parlamentar federal. Uma verdadeira sangria nos cofres públicos. A equiparação salarial, por outro lado, não é uma proposta correta, porque ela não equipara também as vantagens que os parlamentares e ministros recebem. E são elas que engordam efetivamente os salários dos parlamentares e do Judiciário, incluindo o Ministério Público.

9 de maio de 2007

Domar os caciques do PMDB


Há muita especulação sobre o futuro político do governador Aécio Neves em termos partidários, ou seja, se ele permanecerá ou não no PSDB. Se continuar no partido, ele corre o risco de não ter a legenda para disputar a presidência da República em 2010, tendo em vista que os tucanos têm outro candidato, que é o governador de São Paulo, José Serra. Se for para o PMDB - é outra especulação - terá que domar os caciques peemedebistas Michel Temer, José Sarney, Renan Calheiros, Orestes Quércia, Jader Barbalho, Gedeel de Lima, entre outros. Não vai ser fácil. Aécio tem um exemplo recente: Itamar Franco tinha voto para se eleger senador, mas não teve a legenda do PMDB para entrar na disputa. É o maior partido do País, mas é também muito complicado quando está em jogo o poder. Ninguém abre mão de nada. Será, portanto, um risco muito grande para o governador ingressar no PMDB, a não ser que ele tenha a garantia de que terá a legenda para disputar a presidência da República. Pouco acrescenta para Aécio, em termos eleitorais e políticos, ingressar em qualquer outro partido visando a sucessão presidencial. Por aí se vê que o problema de Aécio não é eleitoral, mas, sim, partidário. Ele terá que filiar-se a um partido forte em condições de dar suporte à sua candidatura à presidência da República em 2010.

8 de maio de 2007

Aécio não abre o jogo

O governador Aécio Neves não abre o jogo sobre o seu futuro político em termos partidário, ou seja, se permanece ou não no PSDB, ou se procura outra legenda para concorrer à presidência da República em 2010. Se continuar no PSDB, ele sabe que terá como concorrente na sucessão presidencial o governador de São Paulo, José Serra. Aécio, que não é bobo, não vai jogar no escuro. Não vai querer repetir Itamar Franco, que tinha voto para ser senador, mas que não teve a legenda do PMDB para entrar na disputa.
Deixando o PSDB, o governador Aécio Neves seria acolhido em qualquer outro partido. Mas nem em todos eles o governador teria o controle da legenda. O PMDB é um deles. Tem muito caciques, o que pode dificultar a viabilização de sua candidatura à presidência da República. A outra opção pode ser o PSB numa possível aliança com o ex-ministro Ciro Gomes, que seria o seu vice. É o que se especula. Mas tudo vai depender do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ou seja, se ele vai trabalhar para mudar a Constituição e concorrer a um terceiro um mandato. Dependendo do seu posicionamento, o quadro sucessório presidencial muda completamente. Aécio vai ter que esperar mais um pouco, porque o quadro ainda está muito nebuloso.

Prestação de contas

Ainda não foi constituida a comissão especial que irá examinar a proposta de emenda constitucional que obriga o Judiciário e o Ministério Público a prestarem contas ao Legislativo. A emenda é de iniciativa do deputado Gilberto Abramo e foi assinada por 75 dos 77 deputados estaduais. A sua aprovação será por unanimidade.

Silvio Mitre

Como deputado estadual, Sílvio Mitre teve um bom desempenho na Assembléia Legislativa. Mas não está mais entusiasmado com a atividade política. Retornou à sua cidade natal, Oliveira, onde abriu um consultório medico. É um excelente cardiologista com passagem pela equipe do doutor Zerbini.

Candidato

O deputado federal Leonardo Quintão confirmou que o seu projeto político passa pela prefeitura de Belo Horizonte. E jáa trabalha intensamente com esse objetivo. Ele acha viável uma aliança com o PT na vice.

Sucessão estadual

Do deputado Luiz Tadeu, do PMDB, recebemos o seguinte e-mail: ''Agradeço-lhe pela divulgação da minha opinião sobre a sucessão em Minas. Foi sintomático: logo depois da divulgação o senador Hélio Costa afirmou que é candidato a senador, mas admitiu mudar sua intenção se esta for a vontade do PMDB. Ou seja, estamos na pista certa...

7 de maio de 2007

Pode dar apagão na CPI do Apagão Aéreo

A CPI do Apagão Aéreo será instalada hoje na Câmara dos Deputados. Não espere por decisões importantes capazes de resolver a crise no transporte aéreo brasileiro. Não haverá aprofundamento no processo investigatório que possa afetar a imagem do governo por uma razão muito simples: o Executivo tem o controle absoluto da CPI. Dos 24 parlamentares que a integram, 16 fazem parte da base do governo. A oposição só tem 8 votos pingados. Aliás, antes mesmo de o STF decidir favoravelmente à criação da CPI, neste mesmo blog, no dia 26 de abril, sustentamos que a oposição corria o risco de não ter a presidência e nem a relatoria. E não vai ter mesmo. O presidente será o deputado peemedebista Marcelo Castro e o relator o petista Marco Maia. Ambos são da base do governo. Essa posição majoritária do governo na comissão significa que pode dar apagão na CPI do Apagão Aéreo. O que vai prevalecer mesmo é o discurso político por parte do governo e da própria oposição.

5 de maio de 2007

Vasculhar o Judiciário e o MP


A Assembléia Legislativa de Minas quer fiscalizar melhor os gastos do Judiciário e do Ministério Público ao exigir que essas duas instituições façam a prestação de contas ao Legislativo. O Executivo, o Tribunal de Contas e a própria Assembléia já adontam esse procedimento. A iniciativa é do deputado peemedebista Gilberto Abramo(foto ao lado), através de uma proposta de emenda constitucional que tem o apoio de 75 dos 77 deputados estaduais. Na condição de presidente da Assembléia Legislativa e de líder do governo, apenas não assinaram a proposta os deputados Alberto Pinto Coelho e Mauri Torres. Mas, obviamente, eles estão de acordo com a emenda do parlamentar do PMDB. A sua aprovação, portanto, será tranquila. Essa nova exigência costitucional, na realidade, tem por objetivo vasculhar as contas do Judiciário e do Ministério Publico, dos salários e dos penduricalhos de seus membros e outras coisas mais. E é uma medida acertada, porque na área do serviço público tudo deve ser feito com absoluta transparência. Mas isso, infelizmente, não ocorre em muitos setores dos três Poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário.

3 de maio de 2007

Costa e Pimentel juntos em 2010?


O deputado peemedebista Luiz Tadeu (foto ao lado), que já foi prefeito da principal cidade do Norte de Minas, Montes Claros, está acreditando numa aliança entre o seu partido, o PMDB, e o PT nas eleições de 2010, tendo como cabeça de chapa ao governo do Estado o ministro Hélio Costa, das Comunicações, e o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, como vice. O parlamentar disse que essa dobradinha Costa-Pimentel é possível, tendo em vista que os dois partidos fazem parte da base do governo do presidente Lula no Congresso Nacional, além de ser viável eleitoralmente.
Luiz Tadeu confessa que está trabalhando para que essa aliança entre o PMDB e o PT seja concretizada para 2010, o que representaria a volta do seu partido ao Palácio da Liberdade. Só que o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, também é um postulante ao governo do Estado, o que poderá inviabilizar essa aliança na disputa pelo governo de Minas. Quanto à sucessão do prefeito Fernando Pimentel, Luiz Tadeu prefere não fazer qualquer previsão. Mas, obviamente, ela está vinculada à sucessão do governador Aécio Neves em termos de negociação. O deputado federal peemedebista Leonardo Quintão, por exemplo, admite disputar a prefeitura de Belo Horizonte e já trabalha com esse objetivo. Mas a sua candidatura envolve também uma negociação com outros partidos. O fato é que quadro sucessório estadual e municipal ainda está muito nebuloso, mesmo porque as principais lideranças partidárias preferem não se manifestar sobre o assunto.

2 de maio de 2007

Luiz Dulci é candidato?


O secretário-geral da Presidência da República, Luiz Dulci, não descarta a possibilidade de disputar a prefeitura de Belo Horizonte. Na última entrevista que concedeu à imprensa, ele não disse nem sim, nem não. Quer dizer: tem pretensões de ser o sucessor do prefeito Fernando Pimentel. Partidariamente, é um forte candidato. Mas não tem voto. Precisa ser empurrado pelas bases do seu partido, o PT. A referência eleitoral do PT em Belo Horizonte e no Estado é o ministro Patrus Ananias. Só que Patrus não tem pretensões de voltar à prefeitura. Ele está de olho é no governo do Estado em 2010. Ai é que surge o problema. O prefeito Fernando Pimentel, que é outra liderança de expressão dentro do PT, também é candidato e, provavelmente, com o apoio do governador Aécio Neves. Outro postulante à prefeitura de Belo Horizonte pelo PT é o deputado estadual Roberto Carvalho. Ele seria o candidato, de fato, do prefeito Fernando Pimentel e tem boa penetração junto às bases do seu partido. O parlamentar acredita numa candidatura consensual. Fora dos quadros do PT, fala-se no nome do ministro Walfrido dos Mares Guias. Seria uma candidatura arquitetada nos bastidores pelo governador Aécio Neves e pelo prefeito Fernando Pimentel. Na disputa pela prefeitura de BH, Walfrido não seria um complicador para o governador e para o prefeito nas eleições de 2010. Pelo contrário, seria um aliado. Mas todo esse rolo, que é a sucessão presidencial, estadual e municipal vai depender do posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É ele que vai decidir, em última instância. É so esperar.

1 de maio de 2007

A briga pelos cargos

Por causa da briga entre os partidos aliados, principalmente PMDB e PT, o presidente Lula ainda não preencheu os cargos do segundo escalão. Está no jogo de espera de um possível entendimento entre os partidos que apoiam o seu governo. Mas não vai ser fácil, porque ninguém abre mão de nada, principalmente em se tratando de poder. Cada partido quer o seu espaço no governo. O PMDB, por ser o maior partido, quer uma fatia maior. E vai conseguir, porque já sentiu fraqueza no governo.
Em Minas, o governador Aécio Neves ainda não preencheu também todos os cargos do segundo escalão, o que estaria provocando insatisfação junto à sua base de sustentação política na Assembléia Legislativa. A indefinição se deve ao fato de o vice-governador Antônio Anastasia estar influindo na escolha dos candidatos. Alguns secretários da área política, por exemplo, não estão tendo liberdade para nomear seus auxiliares, criando assim um impasse. O deputado Fahim Sawan deixou a Secretaria de Esportes e Juventude por divergir do adjunto
Rogério que não foi indicado por ele. Esse é um problema que o governdor precisa resolver o mais rápido possível.

A sucessão de Pimentel

A sucessão do prefeito Fernando Pimentel dentro do PT está vinculada à eleição para governador do Estado em 2010 e vai depender também de um posicionamento do presidente Lula. Aliás, é o Lula que vai decidir em última instância quem irá para a disputa. Se será o deputado estadual Roberto Carvalho, amigo de Pimentel, ou o ministro Luiz Dulci. Em caso de um impasse grave, o Planalto pode recorrer ao ministro Patrus Ananias, que é a grande liderança do PT em Minas. Só que Patrus está de olho é no Palácio da Liberdade, numa possível disputa com o prefeito Fernando Pimentel, que teria o apoio do governador Aécio Neves. Fora dos quadros do PT, surge também o nome do ministro Walfrido dos Mares Guia. É uma solução que agrada Pimentel e Aécio. Só que Walfrido tem projeto para concorrer ao governo do Estado e não à prefeitura de Belo Horizonte. Neste caso, ele atropelaria a candidatura de Pimentel e atrapalharia também o governador Aécio Neves em sua postulação de concorrer à presidência da República. A estratégia do Palácio da Liberdade é no sentido de trabalhar com uma possível união de Aécio, Pimentel e Walfrido. O primeiro disputando a sucessão de Lula, Pimentel concrrendo ao governo do Estado e Walfrido à prefeitura de Belo Horizonte. Mas tudo vai depender do presidente Luis Inácio Lula da Silva. A decisão será dele. Já a oposição ainda não tem candidato de referência eleitoral.