31 de outubro de 2020

Paulo Quedes continua sendo problema

 No dia 29 de setembro, neste mesmo espaço, fizemos um comentário dizendo que o ministro Paulo Guedes, da Economia, estava falando demais e criando problemas para o presidente Jair Bolsonaro. Entrou em conflito com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e com o ministro Rogério Marinho, de Desenvolvimento  Regional .Ficou na corda bamba.

Agora, volta a falar demais, criticando banqueiros e o mesmo ministro que é tido como gastador,Rogério Marinho sem citar o seu nome, o que significa mais desgaste para o governo.

É preciso segurar o homem. Ele pode ser um grande gestor da economia, mas é um péssimo político.As suas principais propostas estão paradas no Congresso Nacional por falta de entendimento. Se continuar com a sua falação sobre temas políticos, vai acabar caindo.

Os elogios do presidente Jair Bolsonaro ao ministro Rogério Marinho mostram claramente que Paulo Guedes vai perdendo força dentro do próprio governo. 

28 de outubro de 2020

Político sem voto não disputa a reeleição

 Com mais de 50 anos como jornalista político (jornais Estado de Minas, Diário da Tarde, Sucursal de O Globo em BH, rádios Guarani e Iconfidência, Assessor de Imprensa do governo Francelino Pereira, presidentes da Associação Mineira de Imprensa e do Centro dos Cronistas Políticos de Minas Gerais), constatei que político deixa de  disputar à reeleição para cargos executivos porque já não tem mais voto, a não ser a obstinação de alguns pelo Poder.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi reeleito porque tinha voto. Mas teve que investir alto para mudar a Constituição. Hoje não teria mais voto. O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva foi também reeleito porque tinha voto. Atualmente, condenado pela Justiça e envolvido em outros escândalos, provavelmente, não conseguiria mais um mandato.

Agora está em discussão a reeleição dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. A Constituição proíbe expressamente que um parlamentar ocupe a presidência da Câmara e do Senado por dois mandatos consecutivos numa mesma legislatura.

O Supremo Tribunal Federal vai decidir se é possível ou não a reeleição numa representação de esclarecimento da cúpula do PTB. A tendência do  STF é não se envolver no assunto, deixando a decisão para as  duas casas do Legislativo.

Se isto ocorrer, o senador Davi Alcolumbre tem  o apoio da maioria dos 81 senadores para continuar no cargo, mas o mesmo não ocorre com Rodrigo Maia por falta de voto. Ele foi eleito com o apoio do Centrão, que hoje está ao lado do governo. Maia continua dizendo que não é candidato.

Por aí se vê que há necessidade de mudanças na Constituição. O atual líder do governo na Câmara dos Deputados está defendendo uma nova Constituinte para elaborar uma nova Constituição. Vai ser muito difícil. Mas a mudança é importante. É um absurdo, por exemplo, o presidente da República, governadores e prefeitos poderem disputar a reeleição sem se afastar dos cargos, enquanto ministro e secretários estaduais e municipais precisam desincompatibilizar-se. A disputa fica muito desigual, num Pais também desigual.

22 de outubro de 2020

Politização da vacina

 Se ainda não existe uma vacina comprovada contra o coronavírus, não há o que falar em adquiri-la agora. É uma discussão politizada, ou melhor, é a politização da vacina.

O Ministério da Saúde admitiu adquirir a vacina coronavac desenvolvida em parceria pelo Butantan e pela farmacéutica chinesa Sinovac.

O presidente Jair Bolsonaro entrou na jogada e vetou a aquisição da vacina chinesa. O Ministério da Saúde, por sua vez,recuou para seguir a orientação do presidente.

Já o governador João Dória, de São Paulo, defendeu a compra e disse ainda que a vacina será obrigatória. A partir dai a briga foi formada.

Aqueles que criticavam a interinidade do  general Pazuello no comando do Ministério da Saúde, agora defendem a sua permanência. É uma briga política envolvendo o governador de São Paulo, João Doria, que é candidato à presidência da República em 2022 e Jair Bolsonaro que pretende disputar a reeleição. O povo já está vacinado dessa discussão política.

21 de outubro de 2020

Alexandre Moraes será o relator

 Pelo sistema eletrônico do STF, o ministro Alexandre Moraes foi sorteado como relator no inquérito em que o ex-ministro Sergio Moro faz acusações ao presidente Jair Bolsonaro de interferir na Polícia Federal.

Moraes é o mesmo ministro que anulou, por decisão monocrática, a posse de Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal. Ele é relator também no inquérito relativo a atos antidemocráticos praticados por aliados do presidente Jair Bolsonaro.

Alexandre Moraes vai substituir Celso de Mello, que era o relator e se aposentou. Resta saber como será  o comportamento do novo relator.. Ele é tido como opositor ao governo e tem um perfil semelhante ao de Celso de Mello.

Só que o novo presidente do STF, Luiz Fux, pretende levar todas as decisões monocráticas para apreciação do plenário.

Atualmente, o presidente Jair Bolsonaro vem mantendo um bom relacionamento com ministros do STF. Antes, era conflito permanente.

20 de outubro de 2020

Reformas só existem no discurso

 Por ser um ano eleitoral, não acreditamos que o Congresso Nacional aprove ainda este ano as reformas tributária e administrativa. E uma das razões: os parlamentares estão mais preocupados é com a eleição dos seus cabos eleitorais, prefeitos e vereadores.

Além disso, a reforma tributária é problemática, não é consensual.Nenhum governante admite perder receita, dificultando assim a sua aprovação.

Um outro detalhe: o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, quer aprovar um projeto de iniciativa parlamentar, enquanto o governo tem outra proposta. Está difícil, portanto, um entendimento.

Quanto à reforma administrativa, importante para a modernização do serviço público, também não é consensual. Ela sofre restrições por parte da cúpula do funcionalismo e da oposição.

E a reforma política? Neste momento, ninguém fala nela. É a mais problemática, porque nenhum parlamentar vai querer aprovar um projeto que possa lhe tirar voto.

Os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso chegaram a anunciar que a reforma era prioritária. Mas ficaram apenas no discurso. Não houve qualquer avanço e nem haverá.

Infelizmente, as reformas só existem no discurso.

18 de outubro de 2020

Bom emprego ser prefeito ou vereador

 Por causa do alto salário, é um bom emprego ser prefeito ou vereador. Só em Belo Horizonte são 15 candidatos a prefeito e 1.562 postulantes a 41 vagas na Câmara Municipal.Em Contagem, são 15 candidatos a prefeito.

Em relação a última eleição de 2016, o número de candidatos a prefeito aumentou em 40% em todo o País, segundo levantamento feito pela G1 com dados do Tribunal Superior Eleitoral.

No passado, o vereador não era remunerado. Ele entrava na disputa mais por idealismo. Hoje não.Além do alto salário, o vereador tem várias mordomias, o que justifica o aumento de candidatos às eleições do dia 15 de novembro.

Outro detalhe: ninguém quer deixar o cargo e muitos vão disputar a releição. O atual prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, por exemplo, vai tentar um outro mandato e pode até faturar a eleição no primeiro turno, já que está bem na frente do segundo colocado nas pesquisas.

Se Kalil for reeleito, ninguém tem duvida de que ele vai dar um salto maior em 2022, disputado o governo de Minas. É preciso, portanto, mudar a legislação, proibindo a reeleição e outras coisas mais.

A reeleição - é bom que se diga - torna a disputa desigual, porque o presidente da República, os governadores e prefeitos não precisam se afastar dos cargos.

15 de outubro de 2020

Pesquisas eleitorais

 Pesquisas eleitorais, no início de campanha, devem ser avaliadas com cautela. O importante não é saber quem está na frente, mas, sim, quem detém o maior índice de rejeição.

Paulo Maluf, nas campanhas eleitorais em São Paulo, sempre aparecia em primeiro lugar no inicio da campanha . Mas quando esbarrava no seu alto índice de rejeição, ele perdia  o folêgo. Por outro lado, os seus adversários, em baixa nas pesquisas, cresciam.

Ganhou em algumas eleições, mas perdeu em outras. Poderíamos citar outros exemplos, sem se falar na possível manipulação de algumas pesquisas.

No caso de Belo Horizonte, o prefeito Alexandre Kalil, que tenta a reeleição. está bem na pesquisa do Datafolha: 57%, enquanto o segundo colocado, João Vitor Chaves tem apenas 6%. Só que o índice de rejeição do atual prefeito é bem alto: 30%. Ainda assim, ele é apontado como favorito para conquistar mais um mandato, a não ser que a sua rejeição cresça, colocando em risco a sua reeleição.. 

13 de outubro de 2020

Kalil pode faturar a reeleição no primeiro turno

Apesar do seu alto índice de rejeição, o prefeito Alexandre Kalil pode faturar a reeleição ainda no primeiro turno. A última pesquisa do Datafolha mostra o prefeito com 57%, enquanto o segundo colocado, João Vitor Chavier, aperece apenas com 4% .A rejeição de Kalil é de 30%.

São 15 candidatos à prefeitura e 1.562 postulantes as 41 vagas na Câmara Municipal de Belo Horizonte. A eleição será no dia 15 de novembro e no segundo turno no dia 29 do mesmo mês.

Pela pesquisa, Kalil é o grande favorito. Esse favoritismo decorre  mais por falta de uma forte liderança política em Belo Horizonte. Nenhum dos 14 candidatos assusta o atual prefeito.

O presidente Jair Bolsonaro e o governador Romeu Zema decidiram não participar das eleições em Belo Horizonte. Mas eles são contra o atual prefeito. Reeleito, Alexandre Kalil, não tenham dúvida, vai querer dar um salto maior em 2022, disputando o governo de Minas.Aí, sim, ele poderá enfrentar fortes candidatos.

11 de outubro de 2020

Eleição municipal inviabiliza as reformas

 As eleições municipais de novembro inviabilizam a aprovação das reformas pelo Congresso Nacional, porque os parlamentares estão mais preocupados em eleger os seus cabos eleitorais (prefeitos e vereadores) para o pleito de 2022.

Agora só se fala na eleição do dia 15 de novembro, em primeiro turno, e se houver segundo turno,  nas cidades com mais de 200 habitantes e nas capitais.

As reformas tributária e administrativa ficam em segundo plano, provavelmente, serão discutidas no ano que vem. A tributária é mais problemática, porque nenhum governante admite perder receita. A administrativa encontra resistência também por parte da cúpula do funcionalismo.

E a reforma política? Esta é a mais polêmica e dificilmente será aprovada pelo Legislativo.Nenhum parlamentar vai querer aprovar um projeto que possa lhe tirar votos. Os governos de Lula e de Fernando Henrique Cardoso chegaram a priorizá-la. Mas ficaram apenas no discurso.

Os Estados terão dificuldades em aprovar também a reforma previdenciária. O maior opositor é o funcionalismo. O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, que é candidato à reeleição, perdeu o prazo para enviar o projeto ao Legislativo. É matéria desgaste e tirar voto.

No caso de Belo Horizonte, são 15 candidatos à prefeitura  e 1.562 postulantes a 41 vagas na Câmara Municipal.

5 de outubro de 2020

Guedes e Maia, um relacionamento difícil

 Há uma tentativa de aproximação entre o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e o ministro Paulo Guedes, da Economia. São dois brigões. Mas é uma briga prejudicial ao País.

Paulo Guedes fala demais e já entrou em atrito duas vezes com Rodrigo Maia. Este também gosta de aparecer. Satisfaz uma parte da grande mídia quando critica o governo. Tem o Regimento da Câmara dos Deputados em suas mãos para barrar qualquer proposta do governo.

Os dois se encontraram e pediram desculpas pelas agressões mútuas. Vão ficar apenas no discurso, porque a ferida dificilmente será cicatrizada. 

A estratégia dos bombeiros em apagar o incêndio entre os dois  é segurar um pouco Paulo Guedes, evitando que ele fale sobre assuntos polêmicos. Bolsonaro só cresceu nas pesquisas depois que parou de falar diariamente  à imprensa. Falava demais.

Rodrigo Maia é também muito falante para não dizer vaidoso. Nos bastidores, trabalha para viabilizar a sua reeleição. Mas a Constituição proíbe.  Está perdendo força política, porque o grupo que o apoiou à presidência da Câmara, o Centrão, é hoje um aliado do governo.



3 de outubro de 2020

Disputa desigual em BH

 O atual prefeito Alexandre Kalil lidera com 58%, tendo como segundo colocado João Vitor Xavier com apenas 4% na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte, segundo pesquisa do Ibope.

Com base nessa pesquisa, a disputa neste momento fica desigual. Fica também desigual Kalil concorrer à reeleição sem se afastar do cargo (a legislação permite). É preciso mudar a legislação para corrigir essa distorção absurda. 

O favoritismo de Kalil mostra claramente que não existe uma liderança política forte em Belo Horizonte para concorrer com ele.

Reeleito, ninguém tem dúvida, Alexandre Kalil pretende dar um salto maior, disputando o governo de Minas em 2022,

Portanto, a sua reeleição servirá de trampolim para chegar ao governo do Estado.Mas vai depender muito do seu desempenho. A tendência, num segundo mandato, é cair na rotina, na acomodação.