14 de maio de 2007

Dividindo o desgaste

O recente aumento salarial dos parlamentares era um dos objetivos das lideranças partidárias. Mas o objetivo maior é a equiparação de seus salários com a dos ministros do Supremo Tribunal Federal, o que significa, na prática, dividir o desgaste entre essas duas instituições, o Congresso Nacional e o Judiciário, perante a opinião pública. Aprovada a equiparação, o que deverá ocorrer até o fim do ano, a iniciativa de qualquer reajuste salarial dos parlamentares e dos ministros do STF passa a ser do Legislativo ou do Judiciário. O mais grave de tudo isso é o chamado efeito cascada do reajuste, por causa da vinculação salarial. Os magistrados, nos Estados, por exemplo, ganham 90,25% do que percebem os ministros do STF. Os deputados estaduais percebem 70% do salário do parlamentar federal. Uma verdadeira sangria nos cofres públicos. A equiparação salarial, por outro lado, não é uma proposta correta, porque ela não equipara também as vantagens que os parlamentares e ministros recebem. E são elas que engordam efetivamente os salários dos parlamentares e do Judiciário, incluindo o Ministério Público.

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