30 de maio de 2007

Ministério Publico e Polícia Federal em conflito

A previsão é de um conflito entre o Ministério Público e a Polícia Federal caso prevaleça a resolução do Conselho Nacional do MP que permite a seus membros abrirem procedimentos investigatórios sobre supostas irregularidades que tenham ocorrido no exercício da atividade policial. Essa resolução significa o controle externo da Polícia Federal por parte do Ministério Público Federal. O objetivo não é outro senão conter os possíveis excessos da PF e que teriam ocorrido na Operação Navalha, na avaliação de algumas lideranças partidárias e do Judiciário. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, chegou a tachar de canalhice o envolvimento de seu nome de que teria recebido presente da construtora Gautama. Mas ninguém pode negar o trabalho importante que a Polícia Federal vem realizando no combate à corrupção no País, o mesmo ocorre com o Ministério Público Federal. São duas instituições que deveram trabalhar juntas na aplicação rigorosa da lei. É possível que com essa nova resolução elas entrem no caminho de um conflito perigoso. A Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal já admite questionar essa resolução perante o Supremo Tribunal Federal. Já a Ordem dos Advogados do Brasil pretende se manifestar sobre o assunto no próximo dia 18. É matéria que mexe com os três Poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - e interessa a todo cidadão brasileiro. O difícil é prever o seu desfecho, ainda mais depois da liberação do dono da Gautama e do afastamento de três delegados da Polícia Federal por decisão do Supremo Tribunal Federal. O clima é realmente de muita tensão.

29 de maio de 2007

Defesa de Renan não diminui a tensão

Entre os congressistas, governistas e não governistas, ainda há muita tensão no Congresso Nacional mesmo depois do discurso em que o senador Renan Calheiros procurou se defender das denuncias de que teria recebido dinheiro de um lobista da Mendes Junior para pagamento de aluguel e de pensão de uma jornalista com quem teve um filho. Renan garantiu que o pagamento foi feito com seus próprios recursos. Mas deixou algumas dúvidas, porque não apresentou todos os comprovantes do pagamento. Mas se depender dos senadores, o assunto está encerrado. Isso ficou demonstrando após o seu pronunciamento. Recebeu solidariedade até de oposicionistas.O maior receio é de que possam surgir novas denuncias contra o senador alagoano. É possível até que o Renan seja ouvido pela Comissão de Ética do Senado que será instalada amanha. Mas vai depender muito da evolução da crise instalada em Brasília. O clima ainda é de muita tensão.

25 de maio de 2007

Aécio segura o PMDB

O deputado Antônio Júlio, do PMDB, ocupou a tribuna da Assembléia Legislativa, para criticar o governo de Aécio Neves. Ele fez referências aos gastos que o governo terá com a construção do Centro Administrativo do Estado, na Pampulha. No dia seguinte, o deputado peeemedebista foi o único parlamentar a ser convidado para o almoço que o governador ofereceu no Palácio das Mangabeiras aos presidentes das Assembléias Legislativa. Antônio Júlio disse que foi convidado na condição de ex-presidente do Legislativo. A bancada do PMDB na Assembléia Legislativa vem adotando uma linha de relativa independência em relação ao governo do Estado. Os mais críticos têm sido Antônio Júlio e Adalclever Lopes. O primeiro ficou furioso com o governo por causa da exoneração de um diretor do Departamento de Estradas de Rodagem que foi indicado pelo parlamentar peemedebista. Uma coisa é certa: o governador continua segurando o PMDB.

22 de maio de 2007

Foi uma jogada de Aécio

Foto: Guilherme Bergamini, Almg.

O encontro entre os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Itamar Franco foi uma jogada do governador Aécio Neves. E jogou bem. Só que o jogo ficou mais restrito a Minas Gerais. A imprensa nacional não deu destaque a esse encontro. São ex-presidentes. Portanto, sem poderes. Mas ao governador Aécio Neves interessa sim a união de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. O primeiro, Itamar, por ser intocável sob o aspecto ético e o segundo, FHC, pelo fato de ser um dos poucos tucanos que está sendo coerente com o resultado das últimas eleições: faz oposição mesmo ao governo do presidente Lula. A união dos dois, Itamar e FHC, dá um suporte muito grande ao governador Aécio Neves de chegar a presidência da República em 2010. Só que o ex-presidente FHC é de São Paulo e está mais próximo do governador José Serra, que postula também a presidência da República em 2010. O racha dentro do PSDB, portanto, será inevitável. Itamar, por ser conhecido nacionalmente, pode ajudar Aécio , que ainda é desconhecido fora das fronteiras de Minas, principalmente no Nordeste. Mas o jogo ainda não terminou. Está apenas começando. A previsão é de muita canelada por ser um jogo muito bruto.

20 de maio de 2007

O sequestro do ex-governador Rondon Pacheco

Foto: Helena Leão, ALMG
Até o ex-governador de Minas, Rondon Pacheco, foi vítima de um sequestro em sua cidade, Uberlândia, no Triângulo Mineiro. O fato ocorreu no mês passado quando o ex-governador, juntamente com o seu genro Tadeu, se dirigia à sua fazenda a 30 quilômetros de Uberlândia. Quatro assaltantes mascarados dominaram a camioneta que era dirigida pelo seu genro, fizeram inúmeras ameaças e deixaram o ex-governador sozinho num matagal. Ele teve que percorrer a pé vários quilômetros para chegar a uma fazenda mais próxima onde foi reconhecido por um caseiro e levado depois para a sua cidade. Os sequestradores, que ainda estão foragidos, não levaram nenhum objeto de valor a não ser a camioneta que foi encontrada uma semana depois na rodovia que liga Uberlândia a Prata. O ex-governador Rondon Pacheco, que já completou 88 anos de idade, residia no Rio de Janeiro e depois fixou residência em Uberlândia onde se encontra no momento. O seu irmão, Mário Pacheco, que reside em Belo Horizonte, confirmou o sequestro e disse que o ex-governador passou por maus momentos sob o domínio dos sequestradores. Mário Pacheco lembrou que há mais tempo Rondon foi vítima de um assalto em sua fazenda, quando foi roubado um trator e que mais tarde foi econtrado na Bahia. O curioso é que um sequestro de um ex-governador de Minas, que é muito conhecido nacionalmente, não tenha sido noticiado pela imprensa escrita, falada e televisada. É isto aí.

18 de maio de 2007

O racha ficou para novembro

A indicação do senador Eliseu Resende para presidente a Comissão Provisória do DEM em Minas (antigo PFL) apenas adiou para novembro o racha na legenda quando o partido realiza a sua convenção estadual. O partido continua o mesmo: fraco e rachado. Estavam na disputa pela presidência da Comissão Provisória os deputados federais Carlos Melles e Vitor Penido. Como não chegaram a um entendimento, a direção nacional do DEM decidiu indicar o senador Eliseu Resende, que era o presidente do PFL mineiro.

Furnas

O acerto entre o presidente Lula e o dirigente peemedebista Michel Temer para a nomeação do ex-prefeito do Rio de Janeiro, Luiz Paulo Conde, para a presidência de Furnas, não agradou a um grupo de senadores do PMDB, a começar pelo presidente do Senado, Renan Calheiros. E é exatamente no Senado onde o governo tem uma maioria muito fragilizada.

17 de maio de 2007

Lula segura a sucessão

Foto de Ricardo Stuckert/PR

Ao declarar na entrevista à imprensa de que não tentará um terceiro mandato e que o seu candidato à sua sucessão pode sair da base de sustentação política do seu governo, o presidente Lula, estrategicamente, conseguiu o seu objetivo, que é o de segurar a sucessão presidencial. Evitar o debate agora e que poderia afetar a sua base no Congresso Nacional, além de prejudicar a administração. Ao afirmar, enfaticamente, que não disputará mais uma reeleição, o presidente Lula agradou a oposição, que neste momento, se acomoda ainda mais em relação ao seu governo. Se declarasse que o seu candidato poderia sair do seu partido, o PT, Lula, neste momento, estaria convivendo com uma verdadeira rebelião nos demais partidos que fazem parte da coalizão. A fala do presidente Lula abre até perspectivas para que o governador Aécio Neves seja o seu candidato caso Aécio deixe o PSDB para ingressar num partido da base do governo. Em 1964, Lacerda, Jango e JK eram adversários ferrenhos. Depois se uniram numa Frente Ampla para derrubar a ditadura. Por ai se vê que em política, tudo é possível, quando está em jogo o poder.

16 de maio de 2007

A briga entre Serra e Aécio

A troca de amabilidades entre os governadores José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas, é apenas para disfarçar uma briga de foice que os dois travam nos bastidores na disputa pela presidência da República em 2010. Por mais hábeis que sejam, não dá para esconder mais essa briga que caminha para um confronto direto. Neste momento, quem se movimenta mais é o governador Aécio Neves. Não pára. Quando não viaja para o exterior levando alguns governadores, ele está no Rio de Janeiro, Brasília ou São Paulo fazendo contatos políticos. A administração fica por conta do vice-governador Antônio Anastasia. Aécio ja conversou com o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, dando a entender que esse partido pode ser a sua opção para concorrer à presidência da República se sentir que não terá a legenda do PSDB
para entrar na disputa. Mas é um risco que ele corre num partido cheio de caciques. Itamar Franco é o melhor exemplo. Tinha voto para ser senador, mas não teve a legenda do PMDB para entrar na disputa.
O governador José Serra também se movimenta para ter o controle absoluto do PSDB. Leva uma certa vantagem pelo poderio econômico de São Paulo. Não é à toa que Aécio tem se reunido com empresários daquele Estado. A declaração do presidente Lula, por sua vez, de que não tentará mais um mandato e que poderá apoiar um candidato da base do governo é mais um ingrediente nesse nebuloso processo sucessório presidencial. Quem se fortalece mais com a declaração de Lula é o PMDB, por ser o maior partido da base do governo no Congresso Nacional. Mas neste momento, é difícil fazer qualquer previsão sobre a sucessão presidencial de 2010.


Imagem retirada do Site: http://cidadesdobrasil.com.br/cgi-cn/news.cgi?cl=099105100097100101098114&arecod=25&newcod=828

15 de maio de 2007

A sucessão em Minas

Da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, são quatro os postulantes à sucessão do governador Aécio Neves: ministros Hélio Costa, Walfrido dos Mares Guia e Patrus Ananias e o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel. Um deles, provavelmente, será o futuro governador do Estado, tendo em vista que da base do governador Aécio Neve não existe por enquanto nenhum candidato de referência eleitoral. Nem o governador trabalha por uma candidatura própria do seu partido, o PSDB. Joga mais numa possível candidatura de Fernando Pimentel. Mas não depende dele apenas. Depende muito do posicionamento do presidente Lula. A briga, portanto, ficará restrita a esses quatros candidatos. O que tiver a preferência do presidente Lula será o candidato. E vai ser mesmo Lula que irá decidir em última instância.Os tucanos estão também carentes de candidatos à prefeitura de Belo Horizonte nas próximas eleições. O de maior densidade eleitoral em BH, o deputado João Leite, já perdeu duas eleições e está fora do baralho. Os democratas pretendem investir no deputado Gustavo Valadares e o PMDB no federal Leonardo Quintão. Já o PT trabalha com o nome do deputado Roberto Carvalho, que é muito ligado ao prefeito Fernando Pimentel e tem boa aceitação junto às bases do partido. O outro nome seria o do ministro Luiz Dulci, que pode ser forte, partidariamente, mas é fraco, eleitoralmente. Mas ainda é muito cedo par uma avaliação melhor sobre a sucessão l em Minas. Na sua primera entrevista este ano à imprensa, o presidente Lula disse que não vai tentar um terceiro mandato em 2010 , criticou a reeleição e defendeu um mandato de cinco anos para o presidente da República. Mas em política, tudo e possivel. Vai depender do momento político.