3 de fevereiro de 2015

A interferência do governo no Legislativo

O presidente da República, governadores e prefeitos sempre interferiram no Legislativo, ainda que indiretamente.Alguns, no entanto,extrapolam e vão para o confronto direto.

O caso mais recente foi o apoio ostensivo do governo para eleger Arlindo Chinaglia presidente da Câmara dos Deputados. Não deu certo porque o governo não articulou bem e o vitorioso foi o deputado Eduardo Cunha, do PMDB.

Aqui em Minas, o então governador Aureliano Chaves manifestou publicamente o desejo de eleger Dênio Moreira presidente da Assembleia Legislativa. A sua interferência também não deu certo e o eleito foi o deputado João Ferraz.

Para dar certo, a interferência do Executivo tem de ser feita através dos seus lideres no  Legislativo e não ostensivamente, partindo para o confronto.

E qual é a influência dos governadores junto às bancadas dos seus respectivos Estados no Congresso Nacional? É relativa. Influem pouco ou quase nada, dependendo naturalmente da matéria em discussão. Se ela for de interesse do parlamentar, o governador pode contar com o seu voto.

E há uma razão para isso. A maior vinculação do parlamentar federal é com o presidente da República. Não é à toa que a presidente Dilma Rousseff formou um governo de coalizão para ter uma ampla maioria no Congresso Nacional. Só que a sua maioria está hoje muito fragilizada.

A grande influência dos governadores é nas Assembleias Legislativas.A dependência do parlamentar em relação ao governo é muito grande. É do Executivo que saem as verbas para a realização de obras em seus redutos eleitorais.

Se um deputado quer sobreviver, politicamente, o caminho é aliar-se ao governo. Na oposição fica mais difícil.

E já tem deputado se aliando ao governo através dos chamados "blocos independentes".

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