27 de fevereiro de 2008

A negociação entre Aécio e Pimentel

A aliança entre o governador Aécio Neves e o prefeito Fernando Pimentel não visa apenas a eleição para a prefeitura de Belo Horizonte. Ela tem implicações na sucessão estadual e presidencial em 2010 e em 2014.

Aécio e Pimentel querem um candidato à prefeitura de BH fora dos quadros do PSDB e do PT e que dê sustentação política às suas candidaturas à presidência da República e ao governo do Estado em 2010. Nas especulações, o candidato a sucessão de Pimentel seria o secretario de Desenvolvimento Econômico, Márcio Lacerda, do PSB.

A estratégia de Aécio e Pimentel envolve também o presidente Lula que estaria dando respaldo a essa possível aliança já pensando em seu retorno em 2014. Em política, nada deve ser desprezado. Tudo é possível quando está em jogo o poder.

Não podendo disputar um terceiro mandato e sem ter um candidato natural à sua sucessão, o presidente Lula optaria por um nome fora dos quadros do PT para não lhe criar embaraços em 2014.

Para ter um estado importante como Minas Gerais, o PT, por sua vez, não criaria obstáculos a essa projetada aliança entre Aécio e Pimentel. Com o apoio de Aécio, Pimentel, com certeza, seria o futuro governador de Minas. Já o governador ficaria mais fortalecido com o apoio de Pimentel na sua caminhada à presidência da República. Mas para isso, é preciso que o presidente Lula esteja também envolvido nesse processo, ou melhor, do seu retorno em 2014.

É uma aliança, portanto, que envolve agora a prefeitura de Belo Horizonte, a eleição de Pimentel para o governo de Minas em 2010 e a de Aécio na sucessão presidencial e o retorno de Lula em 2014. A política é muito dinâmica. Difícil, portanto, fazer qualquer previsão a longo prazo. Mas o que se observa neste momento é um movimento no sentido de construir uma aliança duradoura envolvendo os dois principais partidos do País: PSDB e PT. Pelo menos, até 2014.

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