13 de junho de 2008

A fragilidade partidária

As eleições municipais deste ano já estão mostrando como é frágil a nossa estrutura partidária. Quem manda mesmo é quem detém a chave do cofre e a caneta para liberar recursos e fazer nomeações.

O presidente Lula foi obrigado a fazer um governo de coalizão para obter maioria no Congresso Nacional. Ainda assim, precisa liberar recursos provenientes de emendas de parlamentares ao orçamento para aprovar seus projetos. Foi o caso da Contribuição Social para a Saúde, embora essa proposta seja de iniciativa de sua base de sustentação política no Congresso Nacional. Mas tem o endosso do governo.


No caso de Belo Horizonte, a candidatura de Márcio Lacerda à sucessão do prefeito Fernando Pimentel não partiu, originariamente, dos partidos, mas, sim, do governador Aécio Neves e do prefeito, que controlam os seus partidos no plano regional. O PSDB em Minas é Aécio e o PT é Pimentel.

Pode ser que esse quadro, daqui para frente, mude um pouco. A partir de janeiro, Pimentel já não será mais prefeito. Perde um pouco de sua força. Mas ganha fôlego se o prefeito eleito for Márcio Lacerda.

A situação do governador Aécio Neves é um pouco diferente. Terá mais tempo no poder. Mas terá que desincompatibilizar-se seis meses antes das eleições de 2010 para disputar à presidência da República ou o Senado.

A sua força vai depender muito do seu desempenho daqui para frente em termos de aglutinação partidária. No momento, ele tem o controle quase que absoluto dos partidos em Minas. Mas no plano nacional, a situação é bem diferente. Não sabe, por exemplo, se terá a legenda do seu partido, o PSDB, para entrar na disputa presidencial. Aécio terá que ultrapassar a fronteiras de Minas para ser o sucessor de Lula.

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